Marcelo condecora Cavaco Silva com o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique

O Presidente da República entregou ao seu antecessor o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique “pelo trabalho, pela inclusão social ao serviço dos portugueses”.

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A condecoração foi atribuida pelo "pelo trabalho, pela inclusão social ao serviço dos portugueses" LUSA/MIGUEL A. LOPES

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou na terça-feira o seu antecessor no cargo Aníbal Cavaco Silva com o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique pelo trabalho e pela inclusão social ao serviço dos portugueses. No final da cerimónia para assinalar os 15 anos da EPIS - Empresários Pelas Inclusão Social, que decorreu no Palácio de Belém, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa entregou esta condecoração a Cavaco Silva.

“Eu vou entregar, em nome de todos os portugueses, a quem já tem o Grande-Colar da Ordem Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito e da Ordem da Liberdade, o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique que bem merece pelo trabalho, pela inclusão social ao serviço dos portugueses”, anunciou.

Depois da entrega da condecoração, Cavaco Silva e a sua mulher Maria Cavaco Silva acompanharam Marcelo Rebelo de Sousa pelo Jardim da Cascata onde cumprimentaram os presentes na cerimónia, tendo inclusivamente os dois presidentes aparecido em diferentes selfies.

Para o chefe de Estado, os 15 anos da EPIS eram uma “boa ocasião” para homenagear Cavaco Silva, admitindo que não é “muito fácil o Presidente em funções prestar homenagem ao seu antecessor em termos de o galardoar”. No entanto, Marcelo Rebelo de Sousa recordou o precedente em relação a Jorge Sampaio, a quem atribuiu, em 2018, o mesmo Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique pela sua iniciativa de apoio aos estudos de jovens refugiados.

“Pensam que o presidente Cavaco deixou de acompanhar a EPIS? Todos os anos recebe estes meninos e estas meninas que acabam o ano lectivo. Está tão ou mais entusiasta do que nunca e efectivamente continua um exemplo de militância pela inclusão social”, elogiou.

O chefe de Estado aproveitou para recordar um episódio que marca a “pré-história desta ideia” da EPIS, quando numa reunião o período antes da campanha para o seu primeiro mandato presidencial, Cavaco Silva dizia que tinha que “começar por um roteiro sobre a inclusão social”, tendo depois explicado os motivos.

“Eu estava a ouvi-lo e estava a pensar: Cavaco Silva na altura já tinha sido primeiro-ministro dez anos, não precisava de explicar porque é que a inclusão era importante para ele porque ele era um exemplo de ter sido o que foi, pelas suas mãos, não privilegiado, ao contrário de mim, ao contrário de outros Presidentes da República que o foram no seu nascimento, na sua formação, na sua educação, nos seus pais”, afirmou.

"Cavaco fez-se a pulso"

Na análise de Marcelo Rebelo de Sousa, Cavaco Silva “fez-se a pulso” já que “não foi para o liceu como iam os privilegiados, mas chegou à universidade e à escola de economia e aí foi tudo, até ser o topo que se chama professor catedrático”. “Depois não parou por aí. Foi mesmo tudo o que era possível ser no plano interno: ministro das finanças, líder partidário, primeiro-ministro - o mais longo primeiro-ministro da história democrática de Portugal - e Presidente da República”, elencou.

O Presidente da República não tem por isso dúvidas que Cavaco Silva e a sua mulher “sabem bem o que significava e significa para estas crianças e para estes jovens terem possibilidades na vida que de outra maneira não teriam tido”.

Cavaco Silva agradeceu o “empenho muito forte e apoio indiscutível” do seu sucessor na associação. “A EPIS está viva e bem viva”, sublinhou, considerando que a equipa, a cooperação com entidades públicas e os empresários e gestores são importantes para a vitalidade da associação. No entanto, o antigo chefe de Estado não tem “a mínima dúvida de que a vitalidade da EPIS não seria aquilo que é hoje sem o empenho muito forte, um apoio indiscutível do senhor Presidente da República”, Marcelo Rebelo de Sousa.

“Sei muito bem que sem o apoio do senhor Presidente da República não seria fácil mobilizar e consolidar a base empresarial da EPIS, não seria fácil conseguir a colaboração empenhada das entidades públicas e também o seu apoio tem sido fundamental para o entusiasmo e a dedicação da equipa da EPIS”, enalteceu. Agradecendo a todos os envolvidos, Cavaco Silva expressou a sua “satisfação por verificar que afinal a EPIS sobreviveu e sobreviveu bem e hoje revela uma extraordinária energia e capaz de continuar a desempenhar a sua função”.

“Na sequência do apoio do senhor Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, eu não tenho a mínima dúvida que o seu sucessor não vai voltar atrás no apoio à EPIS e estou convencido que daqui a cinco anos aqui estarão outros a celebrar o 20.º aniversário da EPIS”, antecipou. O antigo chefe de Estado referiu que nos cinco anos que ainda faltam para chegar ao 20.º aniversário, “Portugal continua a precisar duma instituição como a EPIS que apoia com competência a promoção do sucesso escolar dos nossos jovens, a sua inserção social e a aquisição de competências para melhorar a sua empregabilidade”.

A Associação EPIS foi criada, em 2006, por um grupo de mais de 100 empresários e gestores de Portugal, em resposta a um apelo à sociedade civil, do então Presidente da República Cavaco Silva, pode ler-se na página da Presidência da República.

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