Depois de Jakobsen, foi a vez de Groenewegen

Ciclista neerlandês venceu ao sprint a terceira etapa da Volta a França em bicicleta. Wout van Aert continua de amarelo.

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Foi a quinta vitória de Groenewegen no Tour Reuters/GONZALO FUENTES

É uma das imagens mais impressionantes dos últimos anos no ciclismo internacional. Em 2020, na chegada da primeira etapa da Volta à Polónia, dois neerlandeses aproximam-se da meta a alta velocidade. Lado a lado, Fabio Jakobsen e Dylan Groenewegen tentam ganhar a melhor posição, mas o mesmo espaço não pode ser ocupado por dois ao mesmo tempo. Groenewegen flecte ligeiramente para a direita e empurra Jakobsen contra as barreiras e para uma cama do hospital, onde esteve em coma e em risco de vida. Groenewegen partiu a clavícula e esteve suspenso durante nove meses.

Ambos estão na Volta a França 2022 e, um dia depois de Jakobsen (Quick-Step) ter conquistado a sua primeira etapa, foi a vez de Groenewegen (Bikeexchange) também o conseguir numa chegada ao sprint após cumprir 182km entre Vejle e Sonderborg, ganhando na aceleração final ao camisola amarela Wout van Aert (Jumbo), segundo pela terceira etapa consecutiva – ainda não foi desta que o belga ganhou uma etapa do Tour 2022, mas deu para reforçar a liderança da geral graças aos seis segundos de bonificação.

A vantagem de Van Aert é agora de sete segundos em relação ao seu compatriota Yves Lampaert (Quick-Step) e de 14 em relação a Tadej Pogacar (Emirates), que terminou a etapa integrado no pelotão e com o mesmo tempo do vencedor. Nem todos chegaram no primeiro pelotão, até porque houve uma queda a envolver muitos ciclistas a cerca de dez quilómetros da meta.

Os dois portugueses foram dois dos que ficaram para trás. Nélson Oliveira (Movistar) terminou em 103.º, com mais 39s que Groenewegen, e baixou para a 84.ª posição da geral, a 1m37s do camisola amarela. Já Rúben Guerreiro (Education First), depois da violenta queda no dia anterior, conseguiu limitar as suas perdas no terceiro dia, terminando em 164.º, a 3m27s do vencedor – na geral, é penúltimo, já a 16m16s de Van Aert.

Para este terceiro e último dia em estradas dinamarquesas, não se esperava outra coisa que não uma chegada ao sprint, e foi o que aconteceu, depois de um dia em que Magnus Cort (Education First) andou fugido durante 130km para recolher todos os pontos das contagens de montanha de quarta categoria e mostrar-se ao público dinamarquês.

Quando Cort foi apanhado, a 52km da meta, o pelotão foi em velocidade de cruzeiro até ao sprint final. As equipas dos principais sprinters posicionaram-se na frente da prova e, na aceleração final estavam quatro: Groenewegen, que esteve envolvido no acidente a 10km e recuperou, Van Aert, Peter Sagan (TotalEnergies) e Jasper Philipsen (Deceuninck). Foi o neerlandês a ganhar por milímetros, deixando o camisola amarela de novo em segundo e Sagan a queixar-se de alguma coisa.

Para o neerlandês, foi uma vitória com um sabor especial, apesar de não ser inédita – com esta já são cinco vitórias no Tour. Depois do acidente com Jakobsen, esteve nove meses suspenso e chegou a receber ameaças de morte, ao mesmo tempo que lidava com a reputação de sprinter sujo. “Foi um longo caminho de volta. Quero agradecer à minha família e à minha equipa por me ter trazido para este Tour em tão boa forma. Foi lindo. Depois de tudo o que aconteceu, foi duro, não fisicamente, mas mentalmente. Significa muito para mim.”

O pelotão regressa à estrada na terça-feira, já em França, para a quarta etapa, uma ligação de 171,1km entre Dunquerque e Calais.

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