O Governo dos ministros irrevogáveis

O melhor serviço que Pedro Nuno Santos podia fazer às suas legítimas ambições políticas e ao interesse do Estado que serve era não apenas assumir culpas, mas também extrair daí as devidas consequências. Obviamente, demitindo-se.

É preciso alguma humildade e muita coragem para se desempenhar o papel que o ministro Pedro Nuno Santos desempenhou esta quinta-feira perante todo o país, ao assumir culpas pela “falha relevante” no anúncio de uma solução para o aeroporto de Lisboa. O ministro de voz grossa e firme que em 2011 se “marimbou” para os “banqueiros alemães” reinventou-se, moderou o tom e expiou culpas como Egas Moniz perante o rei de Leão. A admissão de erros, o pedido de perdão, a promessa de empenho em restabelecer a relação de confiança com o primeiro-ministro humanizaram-no e, assim sendo, salvaram-no do opróbrio da opinião pública. Mas não o salvaram politicamente.

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