G7 garante apoio à Ucrânia “pelo tempo que for necessário”

Zelensky pediu aos líderes do G7 que façam um grande esforço para acabar com a guerra até ao final do ano, e o grupo dos sete países começou a trabalhar em novas sanções às indústrias de defesa e petróleo russas.

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Os líderes do G7 e dos países convidados à volta da mesa no Castelo de Elmau Reuters/POOL

Os líderes do G7 comprometeram-se a “continuar a fornecer” apoio financeiro, humanitário, militar e diplomático à Ucrânia “enquanto for necessário”, numa declaração conjunta divulgada esta segunda-feira na cimeira que decorreu no Castelo Elmau (Schloss Elmau), nos Alpes da Baviera, na Alemanha. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, também foi convidado a participar na reunião por videoconferência e apelou ao envio de mais armamento e à aplicação de mais sanções à Rússia.

Da reunião dos líderes do Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino Unido e União Europeia ficou também a promessa de explorar outras opções viáveis para apoiar as necessidades humanitárias da Ucrânia e para contribuir para a recuperação antecipada e a reconstrução do país - nomeadamente utilizando os activos russos congelados. Ficou estabelecido, deste modo, que seriam fornecidos “até cerca de 27 mil milhões de euros de apoio orçamental para o ano de 2022”.

Esta foi a primeira vez que Zelensky aludiu a um prazo concreto para o fim do conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Num discurso que não foi transmitido através de videoconferência para os representantes do G7, o Presidente ucraniano disse que a guerra deve terminar até ao final do ano.

Como justificação para esta baliza temporal, Zelensky explicou que as condições climatéricas mais rigorosas do Inverno vão deixar a situação no campo de batalha mais adversa para a estratégia de contra-ataque ucraniana, de acordo com fontes diplomáticas citadas sob anonimato pelas agências internacionais. Por isso, acrescentou, os líderes do G7 devem “manter a pressão máxima sobre a Rússia” para que ponha termo à invasão lançada no final de Fevereiro.

Quanto à crise alimentar global, os líderes do G7 pediram à Rússia que permita a exportação de cereais da Ucrânia para evitar o seu agravamento. “Apelamos urgentemente à Rússia para que cesse incondicionalmente os seus ataques às infra-estruturas agrícolas e de transporte e permita a livre passagem de mercadorias agrícolas dos portos da Ucrânia no Mar Negro”, sublinharam.

“Fomentaremos iniciativas coordenadas que promovam a segurança alimentar global. Faremos todos os esforços para diminuir a insegurança alimentar global que tem sucedido pelo roubo e impedimento da exportação de cereais ucranianos”, concluíram os líderes, respondendo ao pedido de ajuda de Zelensky relativo ao armazenamento de cereais e ao bloqueio dos seus principais portos por forças russas.

Os líderes do G7 terminaram a exigir a Moscovo que liberte os ucranianos levados para a Rússia e os deixe regressar às suas casas. “Exigimos que a Rússia permita, imediatamente, o retorno seguro de cidadãos ucranianos levados, muitas vezes à força, para a Rússia sem o seu consentimento prévio”, diz o comunicado da cimeira na Alemanha.

Até à cimeira desta segunda-feira, os líderes do G7 já tinham decidido novas medidas para isolar a economia da Rússia, incluindo a proibição de novas importações de ouro russo e a maior limitação dos lucros de energia de Moscovo, ao aplicar um tecto ao preço do petróleo. Os líderes do G7 também já planeavam anunciar um longo conjunto de novas sanções, incluindo a responsabilização de membros das forças militares russas ​por abusos de direitos humanos e crimes de guerra.

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