Urgências de Obstetrícia de Loures reabriram este sábado. Hospital de Braga encerra serviço de urgência no domingo

Em Portimão, bloco de partos está encerrado até segunda-feira e as urgências de Ginecologia e Obstetrícia estão a funcionar apenas para grávidas até às 22 semanas.

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Hospital Beatriz Ângelo, Loures Miguel Manso

As urgências de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital Beatriz Ângelo, em Loures, reabriram às 15h deste sábado, depois de terem sido encerradas às 14h de sexta-feira. De acordo com o comunicado enviado pela Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT), o serviço “encontra-se a funcionar normalmente”, com esta entidade a relembrar que poderão existir limitações “em algumas unidades hospitalares”, relembrando que algumas grávidas podem ser encaminhadas para outras unidades de saúde desta região.

Este serviço do Hospital Beatriz Ângelo encerrou às 14h de sexta-feira e inicialmente a sua reabertura esteve agendada para as 8h deste sábado.

Braga sem serviço de urgência no domingo

No Hospital de Braga, o serviço de urgência de Ginecologia e Obstetrícia vai estar encerrado entre as 8h de domingo e as 8h de segunda-feira, informou o Conselho de Administração desta unidade de saúde em comunicado. De acordo com esta entidade, o encerramento deve-se à “impossibilidade de se completarem as escalas de trabalho necessárias”.

Ainda neste comunicado, o hospital minhoto avança que está a trabalhar “de forma articulada com outros hospitais da região”, de modo a garantir as respostas aos utentes.

Bloco de partos de Portimão encerrado até segunda-feira

Em Portimão, o bloco de partos está encerrado neste fim-de-semana e as urgências de Ginecologia e Obstetrícia estão a funcionar apenas para grávidas até às 22 semanas, disse a presidente do Centro Hospitalar do Algarve.

Em declarações à Lusa, Ana Varges Gomes afirmou que o bloco de partos do Hospital de Portimão estará encerrado até às 8h de segunda-feira, devido à dificuldade em assegurar escalas de Pediatria, o que condiciona também o funcionamento da urgência de Ginecologia e Obstetrícia.

“Temos apenas cinco pediatras com capacidade para fazer urgência 24 horas e eu tenho que garantir quatro escalas de urgência de Pediatria. Com cinco pediatras que façam urgência 24 horas, isso é impossível”, referiu, acrescentando que o bloco de partos encerrou na sexta-feira ao final do dia.

Para assegurar a resposta às grávidas a partir das 22 semanas de gestação, ou que necessitem de cuidados especiais, foi montado um dispositivo em conjunto com a Protecção Civil, o Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU).

Assim, segundo a presidente do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), estarão disponíveis enfermeiras especialistas para acompanhar as grávidas da zona de Portimão para o hospital de Faro, no caso de ser necessário transferi-las de ambulância. “Queremos garantir que tudo é feito em segurança. Já foi tudo tratado, já tinha sido tratado anteriormente, e foi activado o nosso plano de contingência”, esclareceu a responsável.

Este é o segundo fecho do bloco de partos de Portimão no espaço de duas semanas, depois de as urgências de Ginecologia e Obstetrícia daquela unidade do CHUA terem estado encerradas durante quase uma semana, até à passada segunda-feira.

De acordo com Ana Varges Gomes, a causa do problema é sempre a mesma, ou seja, a dificuldade em assegurar escalas, que seriam garantidas com recurso a médicos contratados em prestação de serviços, os chamados tarefeiros. No entanto, estes não se apresentaram no hospital.

“Com os tarefeiros eu não tenho nenhuma forma legal de os obrigar a fazer aquilo com que eles se comprometem. Se eles faltarem, eu não tenho resposta”, notou, sublinhando que este é um problema cuja resolução “não está nas mãos” do hospital.

De acordo com a presidente do Conselho de Administração do CHUA, os médicos contratados que iriam ajudar a assegurar as escalas avisaram “em cima da hora” que não iriam aparecer e, como não são médicos do quadro, não têm de justificar faltas.

“Não têm que justificar faltas, não aprovam férias, vêm quando querem e, se à última da hora decidirem que não vêm, não vêm. E não há nada que se possa fazer. Depois, a partir daí, nós temos que resolver, que foi o que fizemos”, reiterou.

Nas últimas semanas têm-se sucedido os encerramentos das urgências de Ginecologia e Obstetrícia um pouco por todo o país, por dificuldades em assegurar escalas. A ministra da Saúde, Marta Temido, anunciou em 13 de Junho a criação de um “plano de contingência” até Setembro para fazer face ao problema que se vive no sector.

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