Ama, mãe e padrasto interrogados em Setúbal sobre morte de menina de três anos

A menina de três anos terá ficado cinco dias com uma ama, a pedido da mãe, e regressado a casa com evidentes sinais de maus-tratos. Apesar de ter sido transportada para o Hospital de São Bernardo no próprio dia, Jéssica não sobreviveu aos ferimentos.

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A criança foi assistida na casa da mãe e transportada ao Hospital de São Bernardo, mas não sobreviveu Sara Jesus Palma

A ama, a mãe e o padrasto da criança de três anos que morreu segunda-feira em Setúbal, devido a alegados maus-tratos, estão a prestar declarações na Polícia Judiciária (PJ) de Setúbal, disse esta quarta-feira à agência Lusa fonte policial.

A ama, que terá tido a menina a seu cargo durante cinco dias a pedido da mãe da criança, foi a primeira a dar entrada nas instalações da Polícia Judiciária de Setúbal, cerca das 19h, pouco antes de uma outra equipa da PJ trazer a mãe e o padrasto da vítima. Fonte oficial da PJ disse à agência Lusa que as três pessoas vão ser interrogadas, mas que nenhuma delas está, por enquanto, formalmente detida.

A ama terá justificado os ferimentos que a menina apresentava com uma queda de uma cadeira, mas a Polícia Judiciária de Setúbal já dava como certo que a criança tinha sido sujeita a maus-tratos, mesmo antes da autópsia que foi realizada esta quarta-feira no Gabinete Médico-Legal de Setúbal.

Segundo disse esta quarta-feira aos jornalistas a avó da menina, Rosa Tomás, os sinais de maus-tratos já seriam evidentes quando a mãe foi buscar a criança a casa da ama, na passada segunda-feira de manhã. No entanto, só durante a tarde a família terá alertado as autoridades de saúde, que mobilizaram para o local uma equipa de emergência médica do Centro Hospitalar de Setúbal. A criança foi assistida na casa da mãe e transportada ao Hospital de São Bernardo, onde foi sujeita a manobras de reanimação, mas não sobreviveu.

O padrasto da menina também disse aos jornalistas que desconhecia que a criança tivesse estado cinco dias ao cuidado de uma ama, assegurando que a companheira lhe disse que a menina estava numa colónia de férias. Tanto o padrasto como a avó da menina garantiram, no entanto, que a mãe não teve qualquer responsabilidade nos maus-tratos infligidos a Jéssica.

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