Entrada em circulação da Carris Metropolitana a Norte do Tejo adiada para o início de 2023

Problemas no arranque da operação na Margem Sul adiam entrada em circulação dos novos autocarros nos concelhos da Amadora, Cascais, Lisboa, Oeiras e Sintra, e Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira.

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Passageiros têm estado descontentes com o serviço francisco romao pereira/Arquivo

Pode dizer-se que foi um arranque aos solavancos o do novo serviço de transporte rodoviário da Área Metropolitana de Lisboa. Perante muitas falhas no início da operação, que conduziram a muitas queixas dos passageiros, o arranque final do serviço, que estava previsto para 1 de Julho nos restantes concelhos da Grande Lisboa, foi agora empurrado para Janeiro de 2023.

No passado dia 1 de Junho, os passageiros que residem nos concelhos do Barreiro, Montijo, Moita, Alcochete, Palmela e Setúbal, encontraram novos autocarros nas ruas, é certo, mas os problemas de sempre permaneceram: falhas nas carreiras, poucos horários e nem sempre cumpridos, autocarros lotados, pouca informação sobre a nova numeração das linhas e alterações ao mapa da rede.

O cenário vivido nos primeiros dias de Junho provocou um desânimo geral com o novo serviço da Carris Metropolitana, que previa seguir com a “revolução” feita nos transportes da região com a criação dos passes únicos e a sua redução tarifária.

Para colmatar as dificuldades e falhas sentidas nesses dias, a Transportes Metropolitanos de Lisboa (TML) – que gere o serviço – decidiu recuperar os horários antigos praticados pelo anterior operador até se afinarem as novas alterações. De acordo com a informação prestada pela TML esta quarta-feira, a nova operação vai mesmo arrancar na área três a 1 de Julho, como o previsto, chegando assim aos concelhos de Almada, Seixal e Sesimbra “com mais frequências, horários, linhas novas e uma frota de autocarros renovada”. Mas na margem Norte do Tejo, os novos autocarros passam agora a ser esperados para o início de 2023.

A circulação da Carris Metropolitana na Amadora, Cascais, Lisboa, Oeiras e Sintra (área 1) e em Loures, Mafra, Odivelas e Vila Franca de Xira (área 2) foi adiada para dia 1 de Janeiro de 2023 “uma vez que não estão garantidas as condições consideradas essenciais para a entrada em funcionamento do novo serviço”. A TML imputa a responsabilidade às empresas de transporte que estão responsáveis por assegurar esse serviço.

De acordo com a empresa, “a falta de um número bastante significativo de viaturas novas, a inexactidão nas datas da sua disponibilidade e a adequação dos sistemas de informação necessários à prestação do serviço de acordo com os requisitos do caderno de encargos e dos contratos firmados para as áreas 1 e 2”, são algumas das razões para o adiamento da entrada em circulação dos novos autocarros no serviço.

Perante este cenário, a operação de transportes rodoviários nestes concelhos da margem Norte do Tejo decorrerá como até aqui. Já a 1 de Julho é esperado que o serviço rodoviário em Alcochete, Barreiro, Moita, Montijo, Palmela e Setúbal comece a funcionar com o novo desenho da rede proposto, “uma vez que o nível de serviço que se encontra a ser prestado ainda é inferior ao definido contratualmente na Carris Metropolitana”.

“Neste período de Verão, entrarão em funcionamento 111 linhas que comparam com as 88 actuais, representando um aumento de veículos quilómetro de 21%, 29% e 16%, respectivamente, nos dias úteis, sábados e domingos. Para já, circularão 339 viaturas, das quais 236 integralmente novas, diminuindo-se de forma muito significativa a idade da frota hoje em serviço”, refere a TML em comunicado.

A TML foi criada em 2020, na sequência do concurso público internacional lançado em 2019 para assegurar o transporte rodoviário na Grande Lisboa por sete anos, no valor de 1,2 mil milhões de euros. Foi fundada pela AML, que a detém a 100%, para gerir o serviço público de transporte rodoviário, que operará sob a marca Carris Metropolitana. No entanto, apesar de os autocarros estarem todos uniformizados e a sua gestão centralizada, o serviço continuará a ser prestado por empresas de transporte. Estas terão agora de prestar contas à TML, que prevê penalizações caso não cumpram o estipulado no caderno de encargos. Na área 1, os autocarros são responsabilidade da Viação Alvorada, na área 2 da Rodoviária de Lisboa, na área 3 da Transportes Sul do Tejo e na área 4 da Alsa Todi.

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