Varíola-dos-macacos: Portugal chega aos 100 casos confirmados

Portugal é o terceiro país a atingir a centena de casos, depois de Espanha e Reino Unido.

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Portugal é o país com mais casos confirmados por milhão de habitantes DADO RUVIC/Reuters

Tal como Espanha e Reino Unido, também Portugal atinge a marca dos 100 casos de varíola-dos-macacos (também conhecida como vírus monkeypox, ou VMPX). A Direcção-Geral da Saúde (DGS) confirmou esta terça-feira mais quatro pessoas infectadas, atingindo os 100 casos confirmados. Portugal mantém-se como o país com mais casos confirmados por milhão de habitantes.

A maioria das pessoas infectadas está na região de Lisboa e Vale do Tejo, apesar de existirem casos no Norte e no Algarve. Todos os doentes estão estáveis e a receber acompanhamento clínico. Esta segunda-feira, houve a indicação de terem estado duas pessoas internadas no Hospital Curry Cabral e no Hospital Egas Moniz (ambos em Lisboa), mas ambas já tiveram alta e têm uma evolução clínica positiva.

Todos os casos comunicados pela DGS foram registados em homens, a maioria com menos de 40 anos. Esta não é, ainda assim, uma doença exclusiva de um grupo específico. Existem já vários casos confirmados de VMPX em mulheres, como em Emirados Árabes Unidos, Espanha, Estados Unidos, República Checa ou Suíça.

A doença, de acordo com a informação mais actualizada, transmite-se sobretudo através de contactos próximos ou com objectos e superfícies em que as lesões na pele e as “vesículas” contactem. Existe também transmissão por via respiratória documentada, através de gotículas maiores (como tosse ou espirros).

Espanha e Reino Unido já ultrapassaram esta marca. O Reino Unido teve mesmo a maior subida desde o início dos surtos, com 77 novos casos confirmados esta terça-feira – chegando aos 179. A Espanha registou mais 34 pessoas infectadas esta semana, confirmando 132 casos em seis regiões espanholas.

Esta terça-feira, já estão confirmados mais de 500 casos em países onde o VMPX não é endémico. Portugal e Espanha representam quase metade das pessoas infectadas, tendo comunicado o primeiro caso há menos de duas semanas. No entanto, o vírus deverá circular na Europa desde o início de Março, sendo que a DGS está a apontar para que o VMPX esteja em Portugal desde o final desse mês.

Reino Unido com novas regras

A Organização Mundial da Saúde definiu esta segunda-feira o risco de transmissão para a população como moderado, mas a DGS mantém a sua posição de risco “muito baixo”. Em resposta ao PÚBLICO, a autoridade de saúde nacional afirma que “Portugal acompanha a avaliação de risco do Centro Europeu de Controlo de Doenças que, a 23 de Maio, considerou haver risco muito baixo para a probabilidade de disseminação da infecção do VMPX na população em geral.” A DGS acrescenta ainda que acompanha também o risco considerado moderado para pessoas com múltiplos parceiros sexuais.

O Reino Unido lançou esta semana novas directivas para a população, apesar de manterem o risco como “baixo”. A autoridade de saúde britânica (UKHSA, na sigla em inglês) recomenda o isolamento físico em caso de sintomas, como o aparecimento de lesões cutâneas com bolhas, por exemplo. Além desta recomendação, os casos devem abster-se de relações sexuais enquanto estão sintomáticos e mesmo após a infecção recomenda-se a utilização de preservativo durante oito semanas.

A redução do risco de transmissão do VMPX pode ser feita através da limpeza e desinfecção de superfícies, roupa e outros objectos que possam contactar com outras pessoas, de acordo com as orientações definidas pelos britânicos.

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