Isabel II há 70 anos: as frases da rainha que fizeram história

A rainha Isabel II, que celebra o seu Jubileu de Platina por estes dias, nunca deu uma entrevista durante os seus 70 anos de reinado, mas os seus discursos públicos regulares dão por vezes uma visão dos seus pensamentos privados.

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Isabel II foi coroada a 2 de Junho de 1953 Reuters/ANDREW BOYERS

1957 - Primeira transmissão televisiva da mensagem de Natal
“É inevitável que pareça uma figura bastante distante para muitos de vós, uma sucessora dos reis e rainhas da história.”

“Não vos posso conduzir à batalha. Não vos dou leis nem administro a justiça. Mas posso fazer algo mais. Posso dar-vos, a estas antigas ilhas e a todos os povos da nossa irmandade de nações,​ o meu coração e a minha devoção.”

1953 - Discurso no seu Dia de Coroação, a 2 de Junho
“As cerimónias a que assistiu hoje são antigas, e algumas das suas origens estão veladas nas brumas do passado. Mas o seu espírito e o seu significado talvez nunca tenham brilhado ao longo dos tempos mais do que agora.

“Com toda a sinceridade, comprometi-me a vos servir, pois muitos de vós estão comprometidos em me servir. Ao longo de toda a minha vida e com todo o meu coração, esforçar-me-ei por ser digna da vossa confiança.”

1985 - Em declarações à BBC sobre as celebrações do Dia da Vitória,​ em Londres, em Maio de 1945
“Aplaudimos o rei e a rainha na varanda e depois andámos quilómetros pelas ruas. Lembro-me de filas de pessoas desconhecidas, de braços dados, a descer Whitehall; todos nós fomos arrastados por uma maré de felicidade e alívio.”

“Penso que foi uma das noites mais memoráveis da minha vida.”

1989 - Discurso aos chefes de Estado a bordo do iate real Britannia, em Outubro
“Como todas as melhores famílias, temos a nossa parte de excentricidades, de jovens impetuosos e desordeiros, e de divergências.”

1992 - Discurso após um incêndio no Castelo de Windsor e o fracasso de três dos casamentos dos seus filhos
“1992 não é um ano para o qual olharei para trás com manifesto prazer. Nas palavras de um dos meus correspondentes mais simpáticos, revelou-se um annus horribilis.”

1997 - Discurso transmitido pela televisão após a morte da princesa Diana num acidente de automóvel em Paris
“O que vos digo agora, como vossa rainha e como avó, digo do meu coração... Ninguém que tivesse conhecido Diana jamais a esquecerá. Milhões de outros que nunca a conheceram, mas sentiram que a conheciam, irão recordar-se dela.”

“Acredito que há lições a tirar da sua vida e da extraordinária e comovente reacção à sua morte. Partilho da vossa determinação em acarinhar a sua memória.”

1997 - Homenagem ao príncipe Filipe, por altura das bodas de ouro
“Ele é alguém que não aceita elogios facilmente, mas tem sido, muito simplesmente, a minha força e porto de abrigo durante todos estes anos, e eu, e toda a sua família, e este e muitos outros países, devemos-lhe mais do que ele alguma vez reclamaria, ou que alguma vez saberemos.”

1997 - Discurso na Casa de Banquetes em Londres
“Pois sei que, apesar da enorme diferença constitucional entre uma monarquia hereditária e um Governo eleito, na realidade o abismo não é tão grande... E cada um, na sua forma diferente, só existe com o apoio e consentimento do povo.

Esse consentimento, ou a falta dele, é expresso para si, primeiro-ministro [Tony Blair], através das urnas. É um sistema duro, mesmo brutal, mas pelo menos a mensagem é clara para que todos a leiam. Para nós, uma família real, contudo, a mensagem é muitas vezes mais difícil de ler, obscurecida como pode ser por deferência, retórica ou pelas correntes conflituosas da opinião pública.

Mas devemos lê-la.”

2017 - Transmissão da mensagem de Natal
“Reflectir sobre estes acontecimentos faz-me agradecer as bênçãos do lar e da família, e em particular pelos 70 anos de casamento. Não sei se alguém já tinha inventado o termo ‘platina’ para um 70.º aniversário de casamento quando nasci. Não se esperava que se ficasse junto tanto tempo.”

“Até o príncipe Filipe decidiu que era altura de abrandar um pouco — tendo, como ele disse em poucas palavras, ‘feito a sua parte’.”

2020 - Discurso transmitido na televisão, a 5 de Abril, em plena pandemia de covid-19
“Embora já tenhamos enfrentado desafios antes, este é diferente. Desta vez, juntamo-nos a todas as nações do mundo num esforço comum, usando os grandes avanços da ciência e a nossa compaixão instintiva para curar. Teremos êxito — e esse êxito pertencerá a cada um de nós.”

“Devemos confortar-nos com o facto de que, embora possamos ter ainda mais para suportar, melhores dias voltarão: estaremos novamente com os nossos amigos; estaremos novamente com as nossas famílias; voltaremos a encontrar-nos.”

2021 - Transmissão da mensagem de Natal
“Embora seja uma época de grande felicidade e ânimo para muitos, o Natal pode ser difícil para aqueles que perderam entes queridos. Este ano, particularmente, compreendo porquê. Mas, nestes meses desde a morte do meu amado Filipe, tenho tirado grande conforto do carinho e afecto dos muitos tributos à sua vida e trabalho — de todo o país, da Commonwealth e do mundo.”

“O seu sentido de serviço, curiosidade intelectual e capacidade de se divertir em qualquer situação — eram todos irrepreensíveis. Aquele brilho traquina e inquisidor [no seu olhar] era tão intenso no final como quando o vi pela primeira vez.”

2022 - Mensagem para assinalar a sua subida ao trono, a 6 de Fevereiro
“Ao assinalarmos este aniversário, tenho o prazer de vos renovar a promessa que fiz em 1947 de que a minha vida será sempre dedicada ao vosso serviço.”

“E, por isso, enquanto espero continuar a servir-vos com todo o meu coração, espero que este Jubileu reúna famílias e amigos, vizinhos e comunidades — depois de alguns momentos difíceis para tantos de nós — a fim de desfrutarmos das celebrações e reflectirmos sobre os desenvolvimentos positivos no nosso dia-a-dia que tão alegremente coincidiram com o meu reinado.”

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