Guerra na Ucrânia hoje: o que precisa de saber

Rússia vai interromper envio de gás à Finlândia. Os últimos soldados entrincheirados na Azovstal receberam ordens de Kiev para deixar de defender Mariupol. Os bombardeamentos russos na região de Lugansk mataram pelo menos 13 civis. Zelensky, diz que a Rússia fez do Donbass “um inferno”. Um resumo em actualização ao longo do dia.

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O Batalhão Azov deixa de defender o complexo metalúrgico Azovstal, em Mariupol, quase três meses depois o início da guerra Reuters/DMYTRO OREST KOZATSKYI/AZOV REGI

► A Rússia vai interromper as exportações de gás para a Finlândia a partir de sábado de manhã. Em comunicado, a empresa de gás estatal finlandesa Gasum explica que se recusou a pagar à Gazprom em rublos, como Moscovo tinha exigido aos países europeus.

► Em Mariupol, os últimos soldados ucranianos entrincheirados na fá;brica siderúrgica Azovstal, receberam ordens de Kiev para "deixar de defender a cidade", anunciou um dos militares do Batalhão Azov, acrescentando que espera que seja também possível enterrar dignamente os soldados mortos em combate.​

► Vadim Shishimarin, o soldado russo que se declarou culpado por ter disparado contra um civil ucraniano desarmado disse que aceitará qualquer condenação do tribunal pelo crime de guerra que está a ser julgado. O militar pediu, mais uma vez desculpa e acrescentou que “não queria matar”. Já o advogado voltou a reforçar que o cliente não era culpado dos crimes, uma vez que Vadim matou o civil porque recebeu ordens para o fazer.​

► Os bombardeamentos russos na região de Lugansk, no Donbass, mataram pelo menos 13 civis. Numa escola em Severodonetsk, também em Lugansk, pelo menos três adultos morreram na sequência dos ataques russos. De acordo com o governador regional, Serhiy Haidai, o local servia de abrigo a mais de 200 civis, incluindo crianças.​

► O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que a Rússia fez da região do Donbass “um inferno. ​Zelensky acrescentou que a expressão não é um exagero, uma vez que “o Donbass está completamente destruído – e isto não tem nem pode ter qualquer explicação militar para a Rússia.”.

► O primeiro-ministro, António Costa, visitou um centro de acolhimento e encaminhamento de refugiados da Ucrânia em Varsóvia, na Polónia. António Costa também vai visitar Kiev nos próximos dias, mas a data ainda não foi anunciada por motivos de segurança.​

► O primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, disse que a Polónia está interessada na cooperação com Portugal para a distribuição de gás aos países europeus mais dependentes de Moscovo. Na prática, o porto de Sines passaria a distribuir gás proveniente dos EUA à Polónia. António Costa confirmou que Portugal está em condições de contribuir para a autonomia energética da Europa.​

► Moscovo ameaçou cortar a exportação de cereais para a Europa em resposta às sanções do Ocidente. A Rússia está acusada de utilizar a alimentação mundial como arma de guerra, uma vez que o bloqueio russo aos portos ucranianos de Mariupol e Odessa impede a exportação de quase 30 milhões de toneladas de cereais para alguns dos países mais pobre do mundo.

► O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou num comentário à expulsão de cinco funcionários da embaixada portuguesa em Moscovo, que apesar de tudo a Rússia não quis “ser muito drástica” com Portugal.​

► Moscovo anunciou que vai abrir 12 bases militares no oeste do país antes do final de 2022 devido ao “aumento da tensão” após a decisão da Suécia e da Finlândia de apresentarem a candidatura de adesão à NATO. O ministro da Defesa russo sublinhou que as tropas receberão mais de duas mil armas e equipamentos militares modernos.​

► A União Europeia vai doar 600 milhões de euros para a Ucrânia como parte de um programa de assistência financeira. Os países do G7 também se comprometeram a mobilizar 18.700 milhões de euros para apoiar as finanças do país.​

► O Presidente da Turquia, Tayyip Erdogan reúne com o Governo finlandês no sábado sobre a candidatura da Finlândia à NATO. Contudo, as objecções de Erdogan em relação às candidaturas à Aliança da Finlândia e da Suécia mantêm-se, assim como a acusação de que os dois países apoiam organizações terroristas.​

► António Costa vai discutir com Zelensky a importância de definir um estatuto especial para um caminho de integração europeia da Ucrânia. “A melhor ajuda que podemos dar à Ucrânia é não haver divisões e mantermos uma resposta unida na União Europeia face à agressão militar da Rússia”, salientou.​

► Guerra já fez mais de 6,4 milhões de refugiados, revelou o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), acrescentando que o êxodo poderia aumentar para os 8,3 milhões de refugiados se os combates não parassem. A Polónia continua a ser o país que mais deslocados tem recebido, um total de 3,4 milhões.

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