Estados Unidos reportam um caso de varíola-dos-macacos

O caso de infecção registou-se no estado de Massachusetts. No ano passado dois outros estados registaram um caso cada. As autoridades responsáveis estão a investigar se o contágio se relaciona com os casos detectados na Europa.

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O infectado terá viajado para o Canadá no final de Abril e regressado ao país no início de Maio Reuters/CDC/BRIAN W.J. MAHY

Os Estados Unidos reportaram na última quarta-feira um caso de infecção pelo vírus da varíola-dos-macacos e as autoridades de saúde estão a investigar se o contágio está relacionado com vários casos registados na Europa, incluindo Portugal.

O caso foi identificado no estado de Massachusetts, num homem que viajou recentemente para o Canadá, noticiou a agência Associated Press (AP).

O vírus é do género ortopoxvírus (o mais conhecido deste género é o da varíola) e a doença é transmissível através de contacto com animais, ou ainda contacto próximo com pessoas infectadas ou com materiais contaminados.

A doença é rara e, habitualmente, não se dissemina facilmente entre os seres humanos, estando limitada ao continente africano e os outros casos são normalmente associados a viagens para África.

Embora este seja o único caso conhecido este ano nos Estados Unidos, o Centro para Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) admite a possibilidade de existirem “mais casos”.

As autoridades norte-americanas acrescentaram que o caso detectado nos EUA não representa risco para a população e que o doente está hospitalizado, mas em boa condição de saúde. O homem terá viajado para o Canadá no final de Abril e regressado no início de Maio, em meios próprios.

No ano passado, os estados do Texas e Maryland relataram um caso cada, em pessoas que viajaram para a Nigéria.

Em Portugal, foram reportados na passada quarta-feira 14 casos, adiantou a Direcção-Geral da Saúde, explicando que estão a ser feitos inquéritos epidemiológicos para identificar cadeias de transmissão e potenciais novos casos.

Relativamente aos restantes casos suspeitos, a DGS refere que as amostras ainda serão remetidas para análise pelo INSA (Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge). A autoridade de saúde portuguesa apela às pessoas que apresentam lesões ulcerativas, erupção cutânea, gânglios palpáveis, eventualmente acompanhados de febre, arrepios, dores de cabeça, dores musculares e cansaço, para que procurem aconselhamento clínico.

Alerta ainda que, “perante sintomas suspeitos, o indivíduo deverá abster-se de contactos físicos directos”, explicando que “a abordagem clínica não requer tratamento específico, sendo a doença habitualmente autolimitada em semanas”.

Em declarações ao início da tarde aos jornalistas, no Porto, a directora do Programa Nacional para as Infecções Sexualmente Transmissíveis e VIH confirmou que os cinco primeiros casos confirmados foram detectados numa clínica ligada a doenças sexualmente transmissíveis em homens jovens com idades entre os 20 e os 50 anos.

Esta é a primeira vez que é detectada em Portugal infecção por este vírus. Também o Reino Unido reportou, recentemente, casos semelhantes de lesões ulcerativas, com a confirmação de infecção pelo vírus da varíola-dos-macacos (monkeypox).

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