Ministro da Economia teme que aumento de contágios possa afetar recuperação do turismo

Sector do turismo e serviços deverá gerar receitas de 16 mil milhões de euros, segundo a previsão do Governo, o que corresponde a 85% das receitas obtidas em 2019, que foi o melhor ano da história

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Ministro afirmou também estar "extremamente preocupado" com a subida da inflação LUSA/PAULO NOVAIS

O ministro da Economia, António Costa Silva, disse esta quarta-feira temer que o aumento de contágios de covid-19 possa afectar a recuperação do sector do turismo e serviços que tem estado a registar uma actividade “muito consolidada”.

“O vírus pode pregar-nos mais partidas, como pregou antes, e é por isso que é muito importante acentuar que o vírus não desapareceu”, disse António Costa Silva, em declarações aos jornalistas à margem do segundo encontro com empresários “A Caminho de Hannover”, que decorreu esta manhã em Aveiro.

O governante defendeu que é necessário “continuar a tomar todas as medidas e a fazer tudo para conter essa ameaça”, alertando que “o pior que pode suceder é sair de uma crise e entrar noutra, ou pior que isso, uma cascata de crises que se combinam”.

Este ano, segundo António Costa Silva, o Governo estima que o sector do turismo e serviços vai gerar receitas de 16 mil milhões de euros, o que corresponde a 85% das receitas obtidas em 2019, que foi o melhor ano da história.

“Portugal nesta convulsão toda, como é um país seguro e é um país relativamente afastado da zona de confrontação geopolítica, está nesta altura relativamente ao turismo e serviços a registar uma actividade muito consolidada”, disse.

António Costa Silva manifestou-se ainda “extremamente preocupado” com o aumento da inflação em Portugal, sustentando que “o segredo repousa no equilíbrio entre a política fiscal e a política monetária”, e disse que é preciso ter cuidado com todos os passos que se vão dar.

“Nós temos as lições da história relativamente à questão da inflação e sabemos que qualquer passo em falso pode degenerar numa situação difícil de controlar e é isso que não queremos”, disse o ministro, lembrando que, no passado, houve políticas monetárias que, em vez de reduzir, “aceleraram a espiral inflacionista”.

O ministro explicou ainda que três quartos da inflação têm a ver com os custos dos bens alimentares e da energia, afirmando que a estratégia do Governo até agora é “tentar conter a evolução dos preços nestes sectores e ver como é que a economia vai reagir”.

Disse ainda concordar com as declarações do governador do Banco de Portugal, que pediu mais coordenação a nível europeu nas medidas de combate à inflação. “É preciso maior diálogo e discussão e interacção com a própria política monetária. Não podemos combater a inflação sem associar os dois componentes”, concluiu.

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