Sobre a importância de desarmadilhar as palavras-bomba

O Ministério da Saúde, a DGS e o grupo de trabalho para a reforma dos cuidados de saúde primários não mudaram com certeza de opinião em 24 horas – só ficaram assustados em 24 horas com a explosão da palavra-bomba.

Há palavras-bomba, cuja mera enunciação provoca a explosão de cérebros sensatos. Qualquer assunto que contenha essas palavras-bomba deixa de ser tratado na sua complexidade e passa a ter a simplicidade bruta do campo de batalha. “Aborto” é uma dessas palavras. “Privacidade” é outra. Deve haver poucos temas mais complexos do que estes, nos quais se confrontam interesses profundamente divergentes e profundamente estimáveis – mas mal se escutam essas palavras-bomba, todos se apressam a escavar trincheiras, e quem é apanhado em terra de ninguém está sujeito ao tiro cruzado.

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