Greve dos comboios na segunda-feira. CP prevê “perturbações significativas” na circulação

Serão assegurados serviços mínimos para os comboios Alfa Pendular e Intercidades, “numa percentagem de cerca de 25% da oferta habitual”.

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Segunda-feira é dia de greve na CP Nicolau Botequilha

A CP (Comboios de Portugal) anunciou esta sexta-feira que prevê “perturbações significativas” na circulação de comboios na segunda-feira, devido à greve de 24 horas dos trabalhadores ferroviários.

“Por motivo de greve prevêem-se perturbações significativas a nível nacional em todos os serviços, no dia 16 de Maio de 2022, com possível impacto nos dias anterior e seguinte ao período de greve”, esclareceu a CP numa informação.

Em comunicado, a empresa refere que a greve irá decorrer entre as 0h e as 24h de dia 16, mas abrange também os trabalhadores que iniciem o seu período de trabalho ainda no domingo ou nas últimas horas de segunda-feira e terminem já na terça-feira. “O impacto na circulação poderá ainda estender-se ao final do dia 15 de Maio e às primeiras horas da manhã de dia 17”, diz a nota.

Estão decretados serviços mínimos apenas para Alfa Pendular e Intercidades, “numa percentagem de cerca de 25% da oferta habitual”, conforme o Tribunal Arbitral do Conselho Económico e Social decretou, acrescenta a CP. Os comboios regionais e urbanos não terão serviços mínimos assegurados.

De acordo com a empresa, os clientes que já tenham bilhetes adquiridos para viajar em comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional, poderão pedir o reembolso do valor total do bilhete ou a sua revalidação.

Trabalhadores pedem aumentos salariais

A greve de segunda-feira foi decidida no final de Abril, em plenários descentralizados de trabalhadores, que se realizaram no Porto, no Entroncamento e em Lisboa, e foram promovidos pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário (SNTSF), da Federação dos Sindicatos de Transportes e Comunicações (Fectrans).

O coordenador da Fectrans, José Manuel Oliveira, disse à agência Lusa que a decisão dos trabalhadores é “um protesto contra a intransigência do Governo e da CP, o arrastamento das negociações e os salários baixos": “o principal motivo desta greve são os aumentos salariais, embora estejam também em causa outras matérias, como a aplicação do Acordo de Empresa da CP aos trabalhadores da antiga EMEF, para acabar com as desigualdades”, explicou.

A Fectrans e o seu sindicato, filiados na CGTP, reivindicam um aumento mínimo de 90 euros para todos os trabalhadores da CP, a quem foi aplicada uma actualização de 0,9%, tal como foi imposto a todo o Sector Empresarial do Estado e Administração Pública.

Na resolução aprovada nos plenários, os trabalhadores exigem a continuação das negociações da revisão do Acordo de Empresa e do Regulamento de Carreiras, “que valorize os salários de modo a fazer face ao brutal aumento do custo de vida, valorize as profissões e proceda à integração dos trabalhadores da ex-EMEF sem perda de direitos e redução de remunerações”.

Para os trabalhadores, o “aumento salarial de 0,9% significa, na prática, mais um ano sem aumento dos salários, com a agravante de acontecer num ano em que o custo de vida aumenta de forma galopante”.

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