Linha SNS24 já está a prescrever teste de antigénio grátis a quem tiver um autoteste positivo

Estes testes de antigénio de uso profissional apenas podem ser realizados nos laboratórios convencionados. As farmácias ficam de fora.

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Os testes só poderão ser feitos em laboratórios, as farmácias ficam de fora Adriano Miranda

Se tem um autoteste com resultado positivo para SARS-CoV-2 e estiver assintomático ou tiver sintomas ligeiros já pode ligar para a linha SNS24 (808 24 24 24) e ter acesso a uma prescrição automática para fazer um teste rápido antigénio de uso profissional gratuito. Esta possibilidade, que a ministra da Saúde anunciou na manhã desta quinta-feira, para entrar em vigor no final da semana, já está a funcionar, adiantaram ao PÚBLICO os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS).

Mas estes testes de antigénio apenas podem ser realizados nos laboratórios convencionados. As farmácias ficam de fora. A prescrição automática de um teste antigénio através da linha SNS24 é, segundo a governante, uma medida “facilitadora e adaptada ao momento” que se vive, tendo em conta o aumento do número de casos de infecção - Portugal tem actualmente com uma média a sete dias de mais de 15 mil casos diários.

O secretário Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, tinha especificado, já na terça-feira, que estava a ser ultimada uma alteração à linha SNS 24 “no sentido de simplificar o algoritmo através de um automatismo que permitirá ao cidadão que fez um autoteste que deu positivo receber a prescrição de um teste rápido que possa confirmar a infecção”.

A prescrição do teste de antigénio é automática, não havendo forma de o sistema confirmar se a pessoa tem ou não um autoteste com resultado positivo. “Parte-se do princípio de que a pessoa está de boa fé e é responsável”, enfatizou uma fonte do Ministério da Saúde.

Apesar do aumento de casos de infecção, Marta Temido acredita que não há razão para voltar a instaurar a gratuitidade dos testes antigénio nas farmácias, medida que terminou no final de Abril (cada cidadão podia, até então, fazer dois testes gratuitos). “Mais do que regressar a uma opção que já tivemos e que neste momento entendemos que já não será adequada, como noutros países não será, é a possibilidade de descongestionar o acesso aos testes rápidos de antigénio, garantindo que o atendimento da linha robotizada encaminha as pessoas para esse acesso sem os constrangimentos de espera”, justificou.

A ministra desvalorizou a actual situação epidemiológica no país, considerando que o aumento de casos “era expectável” e que deverá continuar nas próximas semanas. “É expectável que tenhamos ainda um crescimento, estamos a acompanhar a situação como sempre fizemos com os peritos”, disse, lembrando que o mais recente relatório do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, sobre a situação epidemiológica em Portugal, aponta para uma prevalência de uma linhagem da variante Ómicron, que representa já 37% dos casos em Portugal e poderá chegar aos 80% a 20 de Maio.

Apesar do aumento do número de casos, vários peritos ouvidos pelo PÚBLICO referem que não há motivo para alarme, tendo em conta que a pressão sobre os serviços hospitalares, ao nível de internamentos e cuidados relacionados com a covid-19 não se tem feito sentir. Por isso, rejeitam o regresso às medidas que estavam em vigor até 21 de Abril, nomeadamente a obrigatoriedade do uso de máscaras em diversos espaços, que neste momento só está circunscrita a casos muito específicos.

Ainda assim, também salientam que o fim da obrigatoriedade de certas medidas não significa que se abdique de todas as medidas de protecção, sobretudo quando estão em risco pessoas mais vulneráveis. Neste campo, a vacinação periódica aos idosos e pessoas em situação de risco, é a medida mais advogada por especialistas como Raquel Duarte, que em entrevista ao PÚBLICO, esta semana, defendeu isso mesmo: “O que defendo é que vai ter de haver uma vacinação periódica para as populações mais vulneráveis. Qual é essa periodicidade é que ainda é precoce dizer, ainda é preciso conhecê-la.”

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