Apoio à compra de alimentos chega a 200 mil famílias em Maio

Num primeiro momento, o Governo apontava para mais 68 mil famílias a receber o apoio social em Maio, mas afinal são quase três vezes mais.

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DANIEL ROCHA

O apoio de 60 euros para compensar o aumento do preço dos bens essenciais vai chegar a 200 mil famílias no final de Maio, quase três vezes mais do que os 67.680 agregados que o Governo esperava abranger.

O número foi avançado por Ana Mendes Godinho, ministra do Trabalho e da Segurança Social, nesta quarta-feira no final de uma reunião com os parceiros sociais para discutir a Agenda do Trabalho Digno e o acordo de rendimentos para a legislatura.

No final de Abril, 762.320 famílias beneficiárias da tarifa social de electricidade receberam o apoio de 60 euros e, em Maio, serão abrangidas as famílias que recebem prestações sociais mínimas e que não têm tarifa social de electricidade por não terem contratos em seu nome.

No Orçamento do Estado para 2022, o Governo estimava que este alargamento do apoio a quem recebe prestações mínimas chegaria a 67.680 famílias. Agora, Ana Mendes Godinho actualizou o número.

“Este pagamento em Maio abrangerá cerca de 200 mil agregados familiares que não estavam abrangidos pela tarifa social de electricidade, mas que são titulares de prestações sociais mínimas”, destacou.

Na prática, o apoio vai abranger mais de 960 mil famílias e o seu custo poderá ultrapassar os 55 milhões de euros inicialmente estimados.

Esta prestação é paga apenas uma vez e o Governo ainda não assumiu se haverá novos pagamentos para responder à subida da inflação que, confirmou nesta quarta-feira o Instituto Nacional de Estatística, chegou aos 7,2% em Abril.

Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência, garante que há margem para adaptar as medidas em função das necessidades e da evolução dos preços.

“Como afirmámos na apresentação do Orçamento do Estado para 2022 na generalidade, há um pacote financeiro de resposta a estas medidas e há margem para ser actualizado”, sublinhou no final da reunião da Comissão Permanente de Concertação Social, onde fez um ponto de situação do acordo de parceria Portugal 2030 que deverá ficar fechado com a Comissão Europeia durante o mês de Junho.

As medidas para fazer face ao aumento dos preços, destacou Mariana Vieira da Silva, foram definidas tendo em conta o segundo trimestre do ano e o Governo está a acompanhar “mês a mês” a evolução dos indicadores, reiterando que “todas as instituições internacionais têm apontado para o carácter transitório” da inflação.

“É preciso ir acompanhando, ter medidas dirigidas ao controlo de preços como as que já aprovámos e as que temos condições de aprovar para podermos chegar ao momento em que negociamos o Orçamento do próximo ano e os aumentos salariais sabendo e conhecendo melhor este fenómeno”, afirmou.

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