Autoridades europeias deixam cair obrigatoriedade de máscaras nos aviões

Países onde ainda é obrigatório o uso de máscara nos transportes públicos ainda não têm alívio nesta restrição. Responsáveis relembram importância no momento de evitar contágios.

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Alteração entre em vigor na próxima semana Rafael Marchante

A partir de segunda-feira o uso de máscara durante os voos terá novas regras. Em Portugal, ainda terá de usar este equipamento de protecção, visto que ainda é obrigatório o uso de máscara nos transportes públicos.

A alteração faz parte da mais recente recomendação conjunta do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) e da Agência Europeia para a Segurança da Aviação. Apesar desta mudança, estas autoridades continuam a recomendar o uso de máscara em certos casos, relembrando que esta é a melhor forma de impedir contágios.

“Os passageiros devem comportar-se de forma responsável e respeitar as escolhas do que os rodeia. Um passageiro que esteja a tossir ou com espirros deve considerar seriamente usar uma máscara, de modo a tranquilizar as pessoas que estejam sentadas na proximidade”, pode ler-se na norma de recomendação. Ainda é aconselhado que todos os “passageiros vulneráveis” – com comorbilidades ou outros factores de risco – mantenham o uso de máscara.

Isto quer dizer que já não é preciso usar máscara durante as viagens? Em Portugal, será obrigatório o uso de máscara nos aeroportos e nos voos enquanto não se alterar em lei em vigor. No comunicado do Conselho de Ministros de dia 21 de Abril, quando se colocou um ponto final à obrigação de preencher o formulário de localização de passageiros (Passenger Locator Form, ou PLF),o Governo decidiu também que se limitava “a obrigatoriedade do uso de máscara apenas aos locais caracterizados pela especial vulnerabilidade das pessoas que os frequentam (estabelecimentos e serviços de saúde, estruturas residenciais, de acolhimento ou serviços de apoio domiciliário para populações vulneráveis ou pessoas idosas, bem como unidades de cuidados continuados)” e “aos locais caracterizados pela utilização intensiva (transportes colectivos de passageiros, incluindo o transporte aéreo, transporte de passageiros em táxi ou TVDE).

“Enquanto continuam a existir riscos, vemos que intervenções não farmacêuticas e as vacinas têm permitido que as nossas vidas comecem a regressar ao normal. Enquanto o uso obrigatório de máscara em todas as situações já não se verifica, é importante estar ciente que, juntamente com o distanciamento físico e a boa higienização das mãos, é um dos melhores métodos para reduzir as transmissões”, alerta Andrea Ammon, director do ECDC, citado na recomendação.

A TAP e a ANA – Aeroportos de Portugal ainda não se pronunciaram, mas a Ryanair já se mostrou estar agradada com as novas orientações da ECDC e da EASA. “As máscaras faciais deixarão de ser obrigatórias nos voos da UE ou nos aeroportos da UE a partir de segunda-feira, 16 de Maio, com excepção dos voos de/para destinos onde os governos da UE ainda exigem o uso obrigatório de máscaras em transportes públicos”, sublinhou a companhia aérea em comunicado, elencando, além de Portugal, 14 países que mantém as máscaras nestas condições: Áustria, Letónia, Chipre. Lituânia, Chéquia, Luxemburgo, Estónia, Malta, França, Holanda, Alemanha, Grécia, Espanha e Itália. “Esperamos que estes países flexibilizem as suas regras de máscaras nos próximos dias”, afirmou o presidente executivo da companhia aérea, Eddie Wilson.

Esta actualização da recomendação para as viagens aéreas acontece num momento em que se começa a desenhar uma sexta vaga do vírus em Portugal, que é, neste momento, o país da União Europeia com mais casos de covid-19 por milhão de habitantes (1150 infecções). A nível mundial, Portugal apenas é ultrapassado por dois outros países: Austrália (1630 casos por milhão de habitantes) e Nova Zelândia (1480).

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