OMS diz que as novas linhagens de covid-19 são mais transmissíveis mas ainda não existem dados sobre gravidade

A OMS afirma que as linhagens BA.4 e BA.5 da variante Ómicron são mais transmissíveis do que a BA.2. Contudo, o Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge estima que esta última seja responsável por 73,8% das infecções registadas em Portugal.

Foto
A OMS destaca que a linhagem BA.2 da variante Ómicron continua a ser a mais predominante no mundo LUSA/EDUARDO COSTA

As linhagens BA.4 e BA.5 da variante Ómicron do coronavírus são mais transmissíveis do que a BA.2, mas ainda não há dados para apurar se provocam covid-19 mais grave, adiantou esta terça-feira a Organização Mundial da Saúde (OMS).

“A BA.4 e BA.5 têm uma ligeira vantagem de crescimento em relação à BA.2”, afirmou a responsável técnica da OMS para a pandemia, ao adiantar que estão a decorrer vários estudos para apurar se essas duas linhagens da variante Ómicron causam uma maior severidade da doença.

Em conferência de imprensa, Maria Van Kerkhove referiu que a BA.2 continua a ser a linhagem predominante no mundo, tendo-se sobreposto à BA.1 em termos de circulação nos vários países onde foram detectadas.

Os últimos dados do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (Insa) estimam que a linhagem BA.2 da variante Ómicron seja ainda responsável por 73,8% das infecções registadas em Portugal, uma percentagem que tem vindo a baixar nas últimas semanas.

De acordo com o INSA, em contraciclo, os indicadores disponíveis sugerem um aumento relevante de circulação da linhagem BA.5 e potencialmente de uma nova sublinhagem da BA.2, agora designada como BA.2.35, que apresentam mutações adicionais com impacto na entrada do vírus nas células e ou na sua capacidade de evadir a resposta imunitária.

“Estamos a acompanhar a Ómicron e todas as sublinhagens que estão a circular globalmente. Isso indica que o coronavírus continua a evoluir”, afirmou a especialista da OMS, ao alertar que a redução generalizada da testagem tem resultado numa diminuição da sequenciação do vírus que provoca a covid-19.

“Precisamos de manter a testagem e a sequenciação para podermos acompanhar estas linhagens”, apelou Maria Van Kerkhove, ao reiterar que as vacinas contra a covid-19 “estão a aguentar-se muito bem em relação à doença grave e morte”.

De acordo com a epidemiologista, “é absolutamente crítico” que as pessoas sejam vacinadas contra a covid-19, reafirmando o objectivo da OMS de imunizar 70% da população de todos os países do mundo.

Na conferência de imprensa, director-geral da OMS defendeu que a estratégia de “covid zero” não é sustentável, alegando que o coronavírus continua a evoluir e a tornar-se mais transmissível.

“Quando falamos da estratégia de “covid zero”, pensamos que isso não é sustentável, considerando o comportamento do vírus e o que antecipamos em relação ao futuro”, disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, ao adiantar que essa posição da OMS tem sido discutida com os peritos chineses.

A China continua a praticar uma política de “tolerância zero” à covid-19, que inclui o isolamento de cidades inteiras e a realização de testes em massa, sempre que um surto é detectado.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários