Suécia e Finlândia recebem garantias de segurança dos EUA e Reino Unido

A ministra dos Negócios Estrangeiros sueca, Ann Linde, diz ter recebido garantias de protecção dos EUA durante o período de candidatura de adesão à NATO. O Governo britânico anunciou, esta quarta-feira, que “fará o que tiver a fazer para a apoiar a Finlândia”.

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A primeira-ministra da Suécia, Magdalena Andersson, e a homóloga finlandesa, Sanna Marin, numa reunião em Estocolmo sobre a invasão russa da Ucrânia Reuters/RITZAU SCANPIX

A Suécia recebeu garantias dos Estados Unidos de que teria apoio no período após um potencial pedido de adesão à NATO e a conclusão do processo, afirmou a Ministra dos Negócios Estrangeiros, Ann Linde, em Washington, esta quarta-feira. O Governo britânico também reforçou o apoio à Suécia e à Finlândia, dizendo que o apoio aos dois países não está condicionado à entrada na Aliança.

A Suécia e a vizinha Finlândia ficaram fora da NATO durante a Guerra Fria, mas a anexação da Crimeia pela Rússia em 2014 e a invasão da Ucrânia levaram os países a repensar as suas políticas de segurança, sendo cada vez mais provável a adesão à organização.

Ambos os países estão preocupados com a vulnerabilidade durante um processo de candidatura, que poderá demorar até um ano a ser aprovada por todos os membros da NATO.

“Não vou entrar em pormenores, mas tenho a certeza de que agora temos uma garantia americana”, afirmou Linde à televisão sueca, depois de se encontrar com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken. “No entanto, não se tratam de garantias concretas de segurança, que só se podem obter se o país for membro de pleno direito da NATO”, acrescentou, recusando-se a especificar que garantias recebeu de Blinken.

“A Rússia pode ter a certeza de que se dirigisse qualquer tipo de actividades negativas contra a Suécia, como ameaçaram, não seria algo que os EUA permitiriam que acontecesse sem uma resposta”, acrescentou.

O Governo britânico também reforçou o apoio à Suécia e à Finlândia – que faz fronteira directa com a Rússia – em caso de ataque russo motivado por um eventual processo de adesão.

“Independentemente daquilo que aconteça face às aspirações da Finlândia em juntar-se à NATO, é algo que a Finlândia deve decidir livremente, e estamos aqui para apoiar a sua liberdade de decidir e não permitir que outra nação lhes diga como deve efectuar essa decisão”, afirmou o ministro da Defesa britânico, Ben Wallace durante a conferência de imprensa com o homólogo finlandês Antti Kaikkonen, na Finlândia.

Contudo, e tal como os Estados Unidos, o ministro britânico não especificou o tipo de ajuda que o Governo de Boris Johnson dará ao país, acrescentando apenas que “o Reino Unido fará o que tiver a fazer para a apoiar a Finlândia”.

Questionado sobre uma eventual segurança dos dois países candidatos à NATO ou um aumento de tensões diplomáticas com Moscovo, Wallace assegurou que as alianças significam segurança, tal como “a história demonstra”.

Wallace destacou ainda o propósito da NATO, organização responsável por responder “com firmeza a nações muito mais agressivas” como é o caso da Rússia e não provocar estes mesmos países.

“Putin não é amigo, é um agressor que despendeu uma grande quantidade de tempo e dinheiro nas últimas décadas para enfraquecer os nossos princípios democráticos através e partidos políticos ultras ou com ameaças militares”, acrescentou.

A adesão da Ucrânia à NATO foi um dos pretextos invocados pelo Presidente russo, Vladimir Putin, para a escalada de tensão que culminou com a invasão à Ucrânia.

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