Caminhada entre Marvão e Valencia de Alcántara recorda memórias do contrabando do café

Os trilhos que outrora traçaram as memórias do contrabando do café voltam a ser palmilhados num percurso guiado entre os dois lados da fronteira.

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O Percurso do Contrabando do Café está de volta com uma caminhada guiada a 7 de Maio Miguel Manso (Arquivo)
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O passeio vai percorrer alguns dos trilhos outrora utilizados clandestinamente no tempo das ditaduras em Portugal e Espanha Miguel Manso
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É uma “homenagem aos antigos contrabandistas e a uma actividade que, durante largos anos, caracterizou o modo de vida da raia luso-espanhola” Miguel Manso

Após dois anos em suspenso devido à pandemia, está de volta o Percurso do Contrabando do Café pela fronteira entre Marvão e Valencia de Alcántara.

O evento, que decorre a 7 de Maio, vai percorrer alguns dos trilhos outrora utilizados, numa “homenagem aos antigos contrabandistas e a uma actividade que, durante largos anos, caracterizou o modo de vida da raia luso-espanhola”, lê-se em comunicado.

A caminhada, adianta o documento, vai ter “um traçado um pouco diferente” daquele que teve em edições anteriores, “mas continua a passar pelos trilhos do contrabando e por localidades historicamente ligadas a esta temática, como Galegos, La Fontañera e Pitaranha”.

Ao todo, serão cerca de nove quilómetros para palmilhar, num percurso com grau de dificuldade média e um desnível acumulado de 255 metros.

O ponto de encontro será no Largo da Igreja de Galegos, estando preparada uma “prova de migas de pão com carne de porco frita e café do contrabandista” para dar energias antes da partida, marcada para as 9h.

O evento, promovido pela autarquia de Marvão, com o apoio do Ayuntamiento de Valencia de Alcántara, é de participação gratuita e inclui seguro, pequeno-almoço e reforço alimentar (“abastecimentos aos quilómetros 3,5; 5 e 7”). No entanto, a inscrição deve ser feita antecipadamente, até 5 de Maio, no posto de turismo de Marvão (tel.: 245 909 131; turismo@cm-marvao.pt).

“Os trilhos sinuosos da raia, outrora percorridos pelos contrabandistas na calada da noite, de forma a escapar às patrulhas de guardas-fiscais e ‘carabineros’ que controlavam a fronteira entre os dois países, voltam a ser percorridos para se dar a conhecer uma zona de extraordinária beleza natural e paisagística”, reforça o comunicado.

A caminhada relembra ainda as “histórias e memórias que se perpetuaram no tempo e na cultura do povo raiano, para quem o contrabando desempenhou um papel fundamental para a sua sobrevivência, nos difíceis tempos das ditaduras portuguesa e espanhola”.

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