IL vota contra OE2022, mas quer “testar” capacidade de diálogo do Governo

João Cotrim de Figueiredo considera que só no Orçamento do Estado de 2023 se perceberá o fim da dependência do PCP e BE. Chega também já revelou que votará contra.

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João Cotrim de Figueiredo diz que este Orçamento "não é a pedra de toque desta legislatura" Nuno Ferreira Santos

João Cotrim de Figueiredo, líder da Iniciativa Liberal (IL), confirmou nesta quinta-feira de manhã o voto contra a proposta de Orçamento do Estado para 2022 (OE2022), na generalidade, mas admitiu que irá “testar” a disponibilidade do Governo para o diálogo.

O Chega também anunciou, em comunicado, que os seus 12 deputados votarão contra o documento, porque este “não reflecte as preocupações e as necessidades que os portugueses precisam ver acauteladas ao longo deste ano”.

Em declarações aos jornalistas no Parlamento, João Cotrim de Figueiredo admitiu que o OE2022 “não é a pedra-de-toque desta legislatura”, observando que só na próxima proposta orçamental se perceberá se o Governo deixa de estar dependente do PCP e do Bloco. “O Governo ou não teve tempo, ou não quis reflectir mudanças profundas”, afirmou numa referência à realidade internacional.

O líder da Iniciativa Liberal justificou o sentido de voto desta sexta-feira – que é o mesmo de Outubro passado – com “três falhas grandes”.

Entre elas está a falta de “credibilidade” – já que o Governo usa previsões macroeconómicas “mais favoráveis” do que a generalidade das instituições internacionais – e a falta de “honestidade” no cumprimento da promessa de “desagravamento fiscal”. “O Governo vai cobrar mais 2,6 mil milhões de euros de impostos face a 2019”, afirmou o deputado.

João Cotrim de Figueiredo aponta ainda uma “falha de visão”, na medida em que não só “cai por terra a narrativa do Governo” de que vai fazer crescer o país acima da média da União Europeia, como “não há uma única reforma estrutural na Justiça, reforma fiscal, na Educação, Saúde”.

Na fase da especialidade, a Iniciativa Liberal vai propor alterações no sentido da “simplificação e desagravamento fiscal”, pondo o Governo à prova. “Vamos testar a famosa disponibilidade para o diálogo”, afirmou. As expectativas, porém, são baixas: “Até agora tem tido muito pouco.”

Além de anunciar o voto contra, o Chega faz duras críticas à proposta do executivo. Do OE diz que “mantém a espinha dorsal do OE chumbado em Outubro, quando não tínhamos nem guerra na Europa, nem o surto inflacionista” actual. Classifica ainda o documento como “usurpador” por “explorar quem trabalha e investe para sustentar o polvo da máquina do Estado”.

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