Livre na Câmara de Lisboa propõe transformar Almirante Reis numa “verdadeira Avenida da Igualdade”

Livre considera que os contributos dados pelos cidadãos na fase de auscultação pública “não se encontram reflectidas, até ao momento, nos planos do executivo” para a Avenida Almirante Reis.

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O primeiro modelo da ciclovia da Avenida Almirante Reis, aqui em Agosto de 2020 Nuno Ferreira Santos/Arquivo

O Livre na Câmara de Lisboa quer tornar a Avenida Almirante Reis numa “verdadeira Avenida da Igualdade”, considerando que as preocupações dos lisboetas “não se encontram reflectidas, até ao momento, nos planos do executivo”.

Na reunião pública do executivo camarário, a vereadora do Livre, Patrícia Gonçalves, em substituição de Rui Tavares, defendeu “uma proposta de requalificação da Avenida Almirante Reis, mais barata, que repensa este eixo muito para além da sua ciclovia e cujo foco incide em: mais segurança a nível de mobilidade e mais acessibilidade; mais mobilidade activa e transporte público; uma avenida mais saudável — despoluir e descarbonizar; e mais arborizada — com mais árvores e de maior porte”.

Entre os objectivos da proposta do Livre está a ideia de “duas ciclovias unidireccionais segregadas junto aos passeios”, assim como uma via exclusiva para transporte público e veículos de emergência, o aumento do número de passadeiras e o alargamento dos passeios em cerca de um metro de largura.

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A proposta do Livre para a Avenida Almirante Reis

Patrícia Gonçalves disse que a proposta será apresentada na próxima semana e convidou o executivo camarário a estar presente, referindo que as preocupações que os lisboetas expressaram nas sessões de consulta pública “não se encontram reflectidas, até ao momento, nos planos do executivo” para a Avenida Almirante Reis.

O Livre pretende que “a Avenida Almirante Reis, possa vir, gradualmente, e passo a passo, a ser melhorada em vários aspectos, mas como um todo, transformando-se numa verdadeira Avenida da Igualdade, para quem nela circula, mora ou quer simplesmente dela usufruir”.

Em resposta, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), elogiou a “excelente apresentação” da vereadora do Livre, indicando que algumas das propostas serão consideradas na solução permanente, reforçando que o executivo quer discutir com as pessoas.

Carlos Moedas questionou ainda se a proposta do Livre tem espaço para ser concretizada nesta avenida, ao que Patrícia Gonçalves referiu que foi estudado o perfil da Almirante Reis e a mesma “cabe”.

A vereadora do PS, Inês Drummond, indicou a existência de uma carta aberta “Almirante Reis, isto não foi um processo participativo”, em que os subscritores reiteram que a alteração da ciclovia proposta pelo executivo “agrava seriamente a segurança dos utilizadores de bicicleta e a funcionalidade da ciclovia, sendo uma alternativa significativamente pior e menos coerente do que a ciclovia presentemente existente, o que se irá traduzir no desincentivo à sua utilização”.

No final de Março, a Câmara de Lisboa apresentou uma nova proposta provisória, que consistirá na criação de um corredor ciclável com 2,4 metros de largura, bidireccional, mas no sentido descendente (Norte-Sul) da avenida, permitindo assim ter duas faixas livres – em vez de uma e meia como actualmente – para “escoar” os carros e autocarros que se movem no sentido de saída da cidade.

O presidente da Câmara de Lisboa ressalvou que a longo prazo deve existir um projecto de reperfilamento da artéria. “Temporariamente vamos resolver uma parte do problema que é retirar já uma parte daquela ciclovia para escoar o trânsito, mas no longo prazo aquela avenida tem de ter duas faixas nos dois lados e, depois, pode ter a ciclovia, mas isso tem de ser um projecto de reperfilamento da própria Almirante Reis”, afirmou o autarca do PSD.

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