Eleições em França. Macron vence com 58,55% dos votos

Apesar do crescimento da extrema-direita, representada nesta segunda volta por Marine Le Pen, o mais novo Presidente da história francesa renova o mandato com cerca de 58% dos votos.

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Macron e Brigitte Macron Reuters/BENOIT TESSIER
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,Eleição presidencial francesa, 2022
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Marine Le Pen durante o discurso de derrota EPA/IAN LANGSDON
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França
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Emmanuel Macron é o grande vencedor das eleições francesas deste domingo. Apesar do crescimento da extrema-direita, representada nesta segunda volta por Marine Le Pen, o mais novo Presidente da história francesa renova o mandato com 58, 55 % dos votos. Com 41,45% dos votos em Marine Le Pen na segunda volta, a extrema-direita atinge um valor histórico em eleições presidenciais.

As primeiras projecções apontavam para a vitória de Emmanuel Macron, com 58,2%. Le Pen arrecadava 41,8%, segundo estimativas da Ipsos-Sopra Steria para a emissora francesa France Télévisions, para a Radio France e para a France24, escreve o diário Le Monde, que fala também numa “explosão de alegria” entre os apoiantes de Macron que estão concentrados no Champ de Mars. Também a projecção divulgada pelo jornal francês Le Figaro, feita pelo Instituto Francês de Opinião Pública (IFOP), aponta para a vitória de Macron com 58% dos votos. Le Pen contou com 42% e a abstenção fica-se pelos 28,8%.

Já ao fim da noite, com mais de 97% dos votos contados, os números divulgados pelo Ministério do Interior de França mostravam que Macron arrecadou 58,55% dos votos (um total de 18.779.809) e Marine Le Pen 41,45% (13.297.728).

Macron foi eleito pela primeira vez a 7 de Maio de 2017, numa eleição em que bateu Marine Le Pen. Cinco anos depois, o resultado repete-se, mas com uma diferença menor. Nesse ano, o Presidente francês conquistou 66,10% do total de votos.

Na primeira volta, Macron venceu com 27,84%, seguido, com menos 4,7 pontos percentuais, da candidata da União Nacional (extrema-direita), Marine Le Pen, com 23,15% dos votos.

Macron dirige-se a eleitores que votaram para impedir vitória de Le Pen: “Esses votos responsabilizam-me"

Assim que saíram as primeiras projecções, a imagem de Macron encheu os ecrãs das televisões francesas e gritos de alegria dos apoiantes fizeram-se ouvir bem alto junto à Torre Eiffel.

No discurso de vitória, a partir do Champ de Mars, Emmanuel Macron recordou “cinco anos de transformações, de momentos felizes e difíceis, de crises excepcionais também” e dirigiu-se não só a quem votou nele desde o início, mas também aos eleitores que votaram para impedir a vitória de Marine Le Pen.

“Sei que muitos dos nossos compatriotas votaram em mim hoje não para apoiar as ideias que tenho, mas para bloquear a extrema-direita. E quero dizer aqui que estou ciente de que esse voto me responsabiliza nos próximos anos. Sou o guardião do vosso sentido de dever, do vosso apego à República e do respeito pelas diferenças que se manifestaram nas últimas semanas”, disse Emmanuel Macron.

Dirigindo-se, por último, aos eleitores que votaram em Le Pen, Macron pediu aos seus apoiantes que não assobiassem porque já não é o “candidato de um lado, mas sim o presidente de todos”.

Macron disse acreditar que os franceses escolheram votar “num projecto humanista e ambicioso para a independência do país, para a Europa, um projecto republicano nos seus valores, um projecto social e ecológico, um projecto baseado no trabalho e na criação, um projecto para libertar as nossas forças académicas, culturais e empresariais”. “A guerra na Ucrânia está cá para nos relembrar que atravessamos tempos trágicos”, disse o Presidente, pedindo aos seus apoiantes para serem “benevolentes” uma vez que a França está mergulhada em “muitas divisões”.

E prometeu ainda um “novo método” para governar a França, assegurando que “ninguém será deixado de lado” e que o novo mandato não será uma continuação do que fez nos últimos cinco anos.

“Sei que para muitos dos nossos compatriotas que hoje escolheram a extrema-direita, a raiva e o desacordo que os levaram a votar assim deve encontrar uma resposta. É essa a minha responsabilidade”, disse Macron no seu discurso de vitória, em frente à Torre Eiffel, num ambiente longe da euforia de 2017.

"O resultado desta noite, por si só, representa uma vitória”, diz Le Pen

Em reacção às primeiras projecções destas eleições, que dão a vitória a Emmanuel Macron, Le Pen, que discursou no pavilhão de Armenonville, disse que “o resultado desta noite, por si só, representa uma vitória”. “As ideias que representamos atingem novos patamares na noite das eleições, com mais de 43% dos votos. Milhões dos nossos compatriotas escolheram a União Nacional. Estendo a minha mais profunda gratidão àqueles que confiaram em mim na primeira volta e aos milhões que se juntaram a nós na segunda”, afirmou a líder de extrema-direita, apelidando os resultados desta noite de “vitória retumbante”.

“Um grande vento de liberdade poderia ter-se levantado sobre o país. A escolha das urnas, que respeito, decidiu de outra maneira”, declarou Le Pen no discurso de derrota, no Pavilhão d’Armenonville, no Nordeste de Paris.

“Mais do que nunca, continuarei o meu compromisso com a França e com os franceses. Hoje não tenho ressentimentos nem rancores. Já fomos enterrados mil vezes e mil vezes a história provou que estavam errados aqueles que previam ou esperavam o nosso desaparecimento”, afirmou Marine Le Pen, que prometeu uma “grande batalha eleitoral” nas legislativas, que também se realizam este ano.

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