Máscaras nas escolas acabaram já esta sexta-feira

“Já vi muitos professores e jovens que estavam sem máscara e estão a usufruir de um direito que há muito tempo ansiavam e não tem problema nenhum. Nós também não chamamos à atenção por isso”, diz presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares.

Foto
Apesar de não ser obrigatória, muitos alunos e professores continuam a usar máscara esta sexta-feira Nelson Garrido

A obrigatoriedade do uso de máscara nas escolas caiu esta sexta-feira, com a publicação em Diário da República do decreto-lei do Governo que prevê novas medidas contra a covid-19, no dia anterior. Inicialmente estava previsto que esta medida fosse aligeirada apenas na terça-feira, depois do feriado de 25 de Abril. Contudo, a promulgação do Presidente da República ainda no final da tarde de quinta-feira e a publicação em Diário da República antes da meia-noite permite que esta sexta-feira alunos, professores ou funcionários já não tenham de usar máscara.

Ao PÚBLICO, o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Manuel Pereira, explica que é ainda num misto de estranheza e alegria que a comunidade escolar acolhe a mudança. “A máscara deixou de ser obrigatória, mas é possível continuar a usá-la. Hoje, ainda continuo a usar máscara e a maior parte da comunidade da minha escola continua a usar máscara”, explica.

“Já vi muitos professores e jovens que estavam sem máscara e estão a usufruir de um direito que há muito tempo ansiavam e não tem problema nenhum. Nós também não chamamos à atenção por isso.”

Manuel Pereira recorda também que o levantamento total das máscaras nas escolas já era pedido “há muito tempo”. “O fim desta obrigatoriedade é uma excelente notícia para a educação porque nos últimos dois anos todos os processos de comunicação, escrita ou falada, nomeadamente com crianças e alunos mais jovens, foi claramente prejudicada. Se os mais novos não usavam máscara, os professores e educadores usavam”, refere.

Também Filinto Lima notou, em declarações ao PÚBLICO na quinta-feira que existem “crianças do pré-escolar que não conhecem a cara do seu educador”, caracterizando a máscara como uma “mordaça”. O presidente da Associação Nacional de Directores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) também acolheu o levantamento da medida com bons olhos e diz que “mais vale tarde do que nunca”.

“A comunidade escolar tinha a expectativa de que na terça-feira passada, quando arrancou o terceiro período, já não fosse obrigatório o uso das máscaras. Contudo, o Governo quis ter mais pareceres médicos”, disse.

Sugerir correcção
Comentar