Zelensky e Navalny apoiam Macron nas eleições presidenciais francesas

Navalny não poupa nas palavras e apela às pessoas para irem às eleições “votar contra Le Pen”. Zelensky tem uma abordagem mais branda e mostra querer manter uma boa relação com Macron.

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Macron vai à frente nas sondagens com cerca de 10% comparativamente a Le Pen Reuters/BENOIT TESSIER

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o russo Alexei Navalny, opositor do Kremlin, manifestaram apoio ao Presidente francês, Emmanuel Macron, na eleição presidencial que o coloca contra a candidata de extrema-direita, amiga da Rússia, Marine Le Pen.

Navalny divulgou nas redes sociais o seu apoio a Macron, pedindo aos cidadãos franceses que votem nele na segunda volta de domingo. Já Zelensky, numa entrevista televisiva, disse que não queria influenciar as eleições francesas, mas elogiou a relação que tem com o actual Presidente.

“Um prisioneiro político russo a dirigir-se aos eleitores da França é bastante irónico... Mas eu, certamente, sem hesitação, exorto o povo francês a votar em Emmanuel Macron no dia 24 de Abril”, começou Navalny por dizer numa longa publicação no Twitter.

Continuou dizendo que também queria fazer um apelo àqueles que não descartam a hipótese de votar em Le Pen. Afirmou que qualquer um que se intitula “conservador” e simpatiza com o Presidente russo Vladimir Putin é, na verdade, “apenas um hipócrita sem consciência do que diz”.

Eleições são sempre difíceis. Mas têm de ir até elas para, pelo menos, votar contra alguém”, escreveu Navalny. O opositor foi preso no ano passado quando voltou à Rússia depois de receber tratamento médico na Alemanha após ter sido envenenado.

Zelensky foi mais cauteloso quanto ao seu apoio a Macron. “Embora não pense que tenho o direito de influenciar o que acontece no seu país, quero dizer que tenho um relacionamento com Emmanuel Macron e não gostaria de o perder”, disse à emissora de televisão francesa BFM.

Acrescentou ainda que Le Pen está errada quanto às suas opiniões sobre as questões relacionadas ao conflito entre a Rússia e a Ucrânia. “Se Le Pen entender que cometeu um erro, o nosso relacionamento pode mudar”, disse Zelensky.

Marine Le Pen, que antes da guerra era uma admiradora aberta de Putin, disse que, como Presidente, bloquearia as sanções europeias ao petróleo e gás russos.

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