Polícias executam mandados de prisão no caso do avião com droga em que viajou João Loureiro

A Polícia Federal brasileira refere que está a realizar a Operação Descobrimento com o objectivo de desmantelar uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de cocaína.

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A Polícia Federal avança que estão a ser cumpridos 43 mandados de busca e apreensão POLÍCIA FEDERAL BRASILEIRA

A Polícia Judiciária portuguesa e a Polícia Federal brasileira estão a executar esta terça-feira, nos dois países, mandados de busca e prisão no caso do avião com droga que transportou João Loureiro em Janeiro de 2021.

Numa nota publicada na página da Internet, a Polícia Federal brasileira refere que está a realizar a Operação Descobrimento com o objectivo de desmantelar uma organização criminosa especializada no tráfico internacional de cocaína. A Polícia Federal avança que estão a ser cumpridos 43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva nos estados brasileiros da Baía, São Paulo, Mato Grosso, Rondónia e Pernambuco.

Em Portugal, a PJ, acompanhada por polícias brasileiros, está a executar três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva no Porto e em Braga.

Fonte policial disse à Lusa que a PJ e a Polícia Federal estão a realizar uma operação no Norte de Portugal e em Lisboa relacionada com o avião que transportou o advogado e ex-presidente do Boavista João Loureiro em Janeiro de 2021 e em cujo interior, em Fevereiro do mesmo ano, foi descoberta meia tonelada de cocaína durante uma investigação das autoridades policiais brasileiras.

A Polícia Federal precisa que as investigações tiveram início em Fevereiro de 2021, quando um avião Dassault Falcon 900 da empresa OMI, pertencente a um grupo privado português de aviação, aterrou no aeroporto internacional de Salvador para abastecimento e, após ser inspeccionado, foram encontrados 595 quilogramas de cocaína escondidos na sua fuselagem.

A partir da apreensão, a Polícia Federal conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa que actuava nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar a carga), transportadores (responsáveis pelo voo) e “doleiros” (responsáveis pela movimentação financeira do grupo).

A Justiça brasileira decretou ainda medidas patrimoniais de apreensão, sequestro de imóveis e congelamento de valores em contas bancárias usadas pelos suspeitos.

Em 27 de Janeiro de 2021, o avião que levou o empresário João Loureiro descolou do Aeródromo Municipal de Tires, em Cascais, rumo ao Brasil, tendo aterrado no aeroporto de Salvador, no estado da Baía, e, posteriormente, descolado de Salvador para o aeroporto de Jundiaí, no estado de São Paulo, onde ficou estacionado cerca de uma semana.

O Falcon 900 descolou depois de Jundiaí rumo a Salvador e, durante o voo, o comandante detectou falhas mecânicas, tendo solicitado uma inspecção técnica à aeronave.

De acordo com o manifesto de voo da Omni, a que a Lusa teve acesso, na viagem de Jundiaí para Salvador, realizada em 6 de Fevereiro de 2021, seguiam a bordo, como passageiros, os empresários João Loureiro e Mansur Herédia, de nacionalidade espanhola, que se encontra em paradeiro incerto.

Em Abril do ano passado, as autoridades brasileiras descartaram qualquer ligação do advogado João Loureiro ao caso de tráfico de cocaína num avião.

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