Festival literário Lisboa 5L quer ser uma referência na língua portuguesa

O festival vai contar com debates, concertos, cinema, teatro, performances, livrarias de rua, exposições, instalações, oficinas, mesas de autor, apresentações, leituras e lançamentos literários. Estão convidadas cerca de 50 personalidades.

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A apresentação do festival decorreu na Estufa Fria José Sergio

O festival literário Lisboa 5L, previsto para Maio, tem uma programação com uma “ambição desmedida” e quer ser “um festival de referência” da língua portuguesa, disse esta segunda-feira à agência Lusa o director artístico, José Pinho.

O Festival Internacional Literatura e Língua Portuguesa — Lisboa 5L — cumprirá a terceira edição de 4 a 8 de Maio, mas será a primeira verdadeiramente presencial, ocupando quase trinta espaços da cidade, depois de duas edições afectadas pela pandemia da covid-19.

A programação deste ano, apresentada esta manhã na Estufa Fria, em Lisboa, divide-se por dez eixos, entre conversas, exibição de cinema, teatro em livrarias, uma feira do livro ao ar livre, exposições, tertúlias, oficinas para os mais novos, apresentações e lançamentos literários, convocando mais de uma centena de convidados.

“Quando temos isto como eixo de programação, cada um deles já é uma ambição por si só, agora todos juntos é uma ambição desmedida”, admitiu José Pinho.

A longa lista de autores convidados inclui vários autores portugueses como Joana Bértholo, Filipa Leal, Patrícia Portela, Afonso Reis Cabral, Valério Romão, Catarina Sobral, Tânia Ganho, Isabel Minhós Martins, Maria do Rosário Pedreira e Nuno Júdice, mas também autores do universo lusófono, como o angolano José Eduardo Agualusa e o cabo-verdiano Mário Lúcio Sousa.

A autora alemã Anne Weber, a escritora marroquina Leila Slimani e o romancista cubano Leonardo Padura também estarão nesta edição do 5L.

A extensa programação do festival — “para todo o público” — contará ainda com uma feira do livro no Largo de São Carlos, encenações de teatro em duas livrarias e num hotel e vários concertos, como o “Palavra Prima - Tributo a Chico Buarque”, no Teatro Municipal São Luiz, com Jorge Palma, Luísa Sobral, Luca Argel, Garota Não e Alice Neto de Sousa.

Na apresentação desta segunda-feira, José Pinho explicou que fez o convite a Chico Buarque, mas o Prémio Camões 2019 não poderá estar presente. “Voltaremos a convidá-lo”, disse à Lusa.

Destaque ainda para um ciclo de cinema no Cinema Ideal e uma exposição de ilustração portuguesa no largo José Saramago, no âmbito do centenário do Nobel da Literatura 1998.

O festival irá ainda celebrar o centenário do nascimento das escritoras Salette Tavares e Maria Judite de Carvalho.

“Aquilo que nós queríamos e pudemos sonhar é que este festival se torne num festival de referência em Portugal e no mundo, como há outros”, disse José Pinho, sublinhando que Lisboa tem capacidade para acolher um evento que consiga “agregar a língua portuguesa, nas diferentes formas e diferentes países”.

Na apresentação, José Eduardo Agualusa disse que o Lisboa 5L vem colmatar uma falha, porque “não havia um grande festival literário em Lisboa”.

“Espero que este festival cresça mais, porque continua a faltar ao mundo de língua portuguesa, no universo da língua portuguesa, um grande festival literário capaz de atrair não só os leitores, mas capaz de atrair, por exemplo, agentes literários, jornalistas culturais do mundo todo”, disse o escritor.

O Festival Lisboa 5L, cujo título diz respeito a “Língua, Literatura, Livros, Livrarias, Leitura”, é organizado pela câmara municipal de Lisboa e, segundo José Pinho, tem um orçamento de cerca de 200.000 euros.

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