Mortes por covid-19 representaram 6% do total de mortes em Março

Boletim do INE revela que em Março morreram 644 pessoas por covid-19. Nos primeiros meses do ano os nascimentos aumentaram e houve um “desagravamento acentuado” do saldo natural em relação ao mesmo período de 2021.

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Entre 28 de Março e 3 de Abril registaram-se 2444 óbitos, dos quais 144 foram devido a covid-19 Paulo Pimenta

Em Março deste ano morreram 10.754 pessoas em Portugal, mais 11,9% do que no mesmo mês do ano passado, segundo dados preliminares divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

O boletim revela ainda que em Março morreram 644 pessoas por covid-19, o que representa 6% do total de óbitos. A análise realizada pelo INE permite perceber que os nascimentos aumentaram e que também houve um “desagravamento acentuado” do saldo natural nos primeiros dois meses deste ano em relação ao mesmo período de 2021.

De acordo com as Estatísticas Vitais, que são publicadas todos os meses, em Março deste ano registaram-se mais 1144 mortes que no mesmo período do ano passado. Já em relação a Fevereiro deste ano, Março registou mais 92 mortes. De salientar que o arranque de 2021 registou um número muito elevado de mortes, especialmente relacionado com a pandemia. Um dado que pode explicar o facto de em Março de 2021 o número de óbitos ter ficado abaixo da média de 2015-2019, assim como a diferença quando se compara com Março deste ano.

Segundo o boletim do INE, “o número de óbitos devido a covid-19 diminuiu para 644 (menos 470, relativamente a Fevereiro de 2022), representando 6,0% do total de óbitos. Comparativamente com Março de 2021, registou-se um aumento de 142 óbitos devido a covid-19”.

Numa análise mais detalhada, o INE refere que entre 31 de Janeiro e 20 de Fevereiro deste ano “o número de óbitos foi superior à média dos cinco anos antes da pandemia”. Os valores desceram em relação à média do período 2015-2019 entre 21 de Fevereiro e 6 de Março, mas voltaram a “situar-se acima da média do período de referência” de 7 de Março a 3 de Abril.

“Na 13.ª semana de 2022 (28 de Março a 3 de Abril), registaram-se 2444 óbitos, dos quais 144 foram devido a covid-19, representando 5,9% do total de óbitos”, lê-se no documento. O mesmo salienta que “de Janeiro a Março de 2022 registaram-se 33.164 óbitos, menos 8881 do que no período homólogo de 2021 (-21,1%)”.

Mais nascimentos

Uma boa notícia é que o número de nados-vivos aumentou nos primeiros dois meses relativamente ao mesmo período do ano passado. Segundo o INE, “em Janeiro e Fevereiro de 2022, registaram-se, respectivamente, 6293 e 6088 nados-vivos, correspondendo a aumentos de 4,8% (mais 289) e de 6,2% (mais 353) relativamente aos meses homólogos de 2021”. No total dos dois meses são mais 642 bebés em comparação com os dois primeiros meses do ano passado.

Apesar de o saldo negativo se manter negativo, houve um desagravamento em relação a 2021. “Nos primeiros dois meses de 2022, o valor acumulado do saldo natural foi -9994, apresentando um desagravamento acentuado relativamente ao valor observado no mesmo período de 2021 (-20.683)”, destaca o INE.

Em relação a Fevereiro deste ano, o saldo natural foi de -4558. Um valor que significa uma melhoria em relação ao mesmo mês do ano passado, altura em que saldo natural foi de -7027.

Em relação à celebração de casamentos, o INE afirma que “mantiveram tendência de crescimento em Fevereiro de 2022”. Mas salienta que os dados devem ter em conta os “impactos na vida dos cidadãos, onde se inclui a mobilidade e o contacto social”, que as medidas de controlo da pandemia tiveram. Assim, “em Janeiro e Fevereiro de 2022, celebraram-se, respectivamente, 1141 e 1401 casamentos, correspondendo a 1,4 e 7,9 vezes o número de casamentos realizados nos meses de Janeiro e Fevereiro de 2021 (mais 327 e mais 1224 casamentos)”.

Nos primeiros dois meses do ano realizaram-se, no total, 2542 casamentos, mais 60 do que no mesmo período de 2019 e menos 378 do que no período homólogo de 2020.

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