Marcelo presta “emocionada homenagem” a Eunice Muñoz e agradece “décadas inesquecíveis”

Eunice Muñoz completou em Novembro 80 anos de carreira. “Nunca a esqueceremos, estará sempre no nosso coração”, afirmou o chefe de Estado.

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Eunice Muñoz tinha 93 anos teresa pacheco miranda

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, prestou uma “emocionada homenagem” à actriz Eunice Muñoz e agradeceu-lhe “décadas inesquecíveis”, em nome de todos os portugueses, lamentando a sua morte com profunda consternação.

“É profundamente consternado que tomo conhecimento da morte de Eunice Muñoz, uma referência nacional, admirada e respeitada por todos os portugueses”, declarou o chefe de Estado à agência Lusa. “Em seu nome, presto-lhe uma emocionada homenagem e agradeço décadas inesquecíveis da vida de todos nós”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.

A actriz Eunice Muñoz morreu esta sexta-feira, no Hospital de Santa Cruz, em Lisboa, aos 93 anos, disse à agência Lusa o filho da actriz. Nascida na Amareleja, no distrito de Beja, em 1928, Eunice Muñoz completou em Novembro 80 anos de carreira.

No final da cerimónia alusiva à partida da força militar portuguesa para a Roménia, no âmbito de uma missão da NATO, Marcelo Rebelo de Sousa prestou breves declarações aos jornalistas sobre o percurso da actriz Eunice Muñoz. “Portugal está de luto. Habituámo-nos à ideia de Eunice Muñoz era eterna. Fisicamente não é. Resistiu a uma, duas, três, quatro crises de saúde. Mas é eterna no nosso espírito e não a esqueceremos”, afirmou o chefe de Estado.

Para o Presidente da República, Eunice Muñoz marcou a vida dos portugueses “ao longo de muitas décadas”. “Em nome de todos os portugueses, queria agradecer-lhe uma vida dedicada ao teatro, mas também ao cinema, à televisão e à cultura em Portugal. Uma vida dedicada aos portugueses. Não a esquecemos, nunca a esqueceremos, estará sempre no nosso coração”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.

Filha e neta de actores de teatro e de artistas de circo, ao longo da carreira Eunice Muñoz entrou em perto de duas centenas de peças, trabalhou com cerca de uma centena de companhias, segundo a base de dados do Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e, no cinema e na televisão, o seu nome está associado a mais de oito dezenas de produções de ficção, entre filmes, telenovelas e programas de comédia.

Em Abril do ano passado, Eunice Muñoz foi condecorada pelo Presidente da República com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, cerca de três anos depois de ter recebido a Grã-Cruz da Ordem de Mérito.

Ao longo de 2021, contracenou com a neta Lídia Muñoz, na peça A margem do tempo, em diferentes palcos do país, numa digressão que culminou no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, em 28 de Novembro, exactamente 80 anos após a sua estreia. No final da sessão, a que assistiram o primeiro-ministro, António Costa, o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e a ministra da Cultura, Graça Fonseca, foi prestada uma homenagem à actriz.

“Este teatro foi a minha casa durante muitos anos, fui feliz no palco, em tudo o que cá fiz”, afirmou então Eunice Muñoz, no final da sessão.”Agradeço sobretudo a vocês, ao público, que me acarinhou, que me aplaudiu desde que comecei, até agora que comemoro os meus 80 anos de carreira”, salientou.

“O teatro precisa de nós, de nós no palco e de vocês que recebem o melhor que temos para dar”, acrescentou ainda Eunice Muñoz, concluindo que, “apesar dos dias estranhos e difíceis, o belo continua a existir”.

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