Costa está “curioso” e diz que vai ler com atenção artigo de Cavaco em que é criticado por falta de coragem

Num artigo de opinião publicado no PÚBLICO, Cavaco Silva traçou o perfil político de António Costa com base na análise da actuação do primeiro-ministro nos seis anos de chefe do Governo, concluindo que “sobressaiu a aversão a políticas de cariz estrutural”.

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Costa disse estar "curioso" com o artigo de Cavaco Daniel Rocha

O primeiro-ministro afirmou que vai ler com atenção o artigo que o ex-Presidente da República Cavaco Silva escreveu no PÚBLICO nesta segunda-feira e em que o critica por ter baixo grau de coragem política.

“Ainda não li, mas estou curioso e vou ler esta noite com calma”, declarou António Costa aos jornalistas, depois de ter participado numa sessão de homenagem ao ex-presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos Rui Vilar, na Cultugest, em Lisboa, nesta segunda-feira.

Num artigo de opinião, Cavaco Silva traçou o perfil político de António Costa com base na análise da actuação do primeiro-ministro nos seis anos de chefe do Governo, concluindo que “sobressaiu a aversão a políticas de cariz estrutural”.

Confrontado pelos jornalistas com estas posições críticas manifestadas pelo ex-Presidente da República, António Costa não as comentou para já, alegando que ainda não leu o artigo de opinião.

Interrogado se o vai ler, o líder do executivo respondeu: “Então não havia de ler o texto de um político com a experiência longa do professor Cavaco Silva. Claro que se tem de ler com atenção”, declarou.

Nesse artigo, Cavaco Silva elege as áreas da administração pública, sistema fiscal, justiça e mercado de trabalho como as principais em que o Governo tem poder para tomar medidas com forte impacto positivo no crescimento da economia e diz que o perfil dos ministros por elas responsáveis “é ainda desconhecido”, à excepção do ministro das Finanças, a quem reconhece “um grau médio de coragem política”.

Cavaco Silva defende que no programa do Governo apresentado à Assembleia da República “não se detectam sinais de um ímpeto reformista nas áreas em questão, com a excepção da Administração Pública”.

No entanto, insiste, “o facto de o Governo dispor de apoio maioritário no parlamento faz com que a actuação do primeiro-ministro no passado e o próprio conteúdo do programa sejam indicadores da avaliação do grau de coragem política de relevância limitada”.

“Com efeito, na prática, o Governo, confrontado com o empobrecimento relativo do país, pode ir além das medidas constantes do programa aprovado pelo parlamento e o primeiro-ministro pode adoptar um perfil mais favorável ao crescimento económico”, acrescenta.

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