Braga vai resolver o principal problema de trânsito a norte com viaduto de 200 metros

A solução da Câmara de Braga e da Infra-estruturas de Portugal (IP) para aliviar o tráfego automóvel no principal acesso à cidade de Braga para quem se desloca a partir da zona norte, o Nó de Infias, passa pela construção de um viaduto com 200 metros de extensão. A previsão é que a obra possa estar concluída já no próximo ano.

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A intervenção do Nó de Infias prevê menos quatro quilómetros de filas de trânsito

Após anos de discussão, a Câmara de Braga e a Infra-estruturas de Portugal (IP) concluíram que um viaduto bidireccional com cerca de 200 metros de extensão e doze de largura é a resposta para pôr fim ao engarrafamento do tráfego automóvel no Nó de Infias, o principal acesso à cidade de Braga para quem se desloca a partir da zona norte do concelho, de concelhos limítrofes como Vila Verde ou Amares.

De acordo com o projecto de reorganização viária apresentado nesta terça-feira, o volume de tráfego com origem na via do Norte, na EN101, representa a circulação, em média, de 36 mil veículos diários, 18 mil dos quais circulam em direcção a nascente. Assim, o desnivelamento no Nó de Infias, através de um viaduto interior de betão armado, será criado a partir da EN101 e orientado para nascente, com ligação à Avenida António Macedo, na variante da EN14. A intervenção prevê ainda que o quadrante sul da actual rotunda desnivelada no Nó deixe de funcionar. Para acautelar a situação, está prevista a criação de um acesso à EN101.

“Esta intervenção é, como tem sido amplamente percebido em conversas, desde as mesas dos cafés até aos contactos próximos que temos mantido, uma das mais ansiadas pelos bracarenses”, afirmou, durante a apresentação do projecto, o presidente da Câmara de Braga, Ricardo Rio, para quem a solução do viaduto para aliviar o trânsito na zona norte da cidade “é a mais duradoura, eficaz e com o menor custo possível”. No total, a obra vai representar um investimento, da IP, de 6 milhões de euros.

João Campos, coordenador de projectos da Betar, empresa que venceu o concurso público relativo à elaboração do projecto de execução do reordenamento viário do Nó de Infias, explicou que chegaram a estar duas soluções em cima da mesa: “Uma fazia uso do espaço exterior ao Nó e a outra ao espaço interior. Optamos pela que usa o espaço interior porque garante menos tráfego automóvel e traz vantagens ambientais e no orçamento”. O responsável avançou que o viaduto interno permite “maior afastamento ao edificado existente e, com isso, contribui para menor ocupação e menos necessidade de haver expropriações”.

Segundo Ricardo Rio, é possível que o novo Nó de Infias esteja operacional “ainda em 2023”, depois de concluídos os projectos de especialidade, de lançado o concurso público internacional e da obtenção do visto do Tribunal de Contas. A execução da obra, que deve durar um ano, “não vai ter impacto sobre a fluidez do trânsito actual”, assegurou ainda o autarca. De acordo com João Campos, a execução da empreitada vai implicar “desvios de tráfego que não serão complexos”, através de “ligações na rotunda do Nó para o interior, a qual continuará a funcionar, mas de forma mais apertada”.

Viaduto no Nó de Infias “não é solução mágica” para o trânsito em Braga

Um estudo de tráfego apresentado pela Betar com o horizonte temporal do ano de 2043 revelou que a intervenção do Nó de Infias prevê menos quatro quilómetros de filas de trânsito e a redução de 80% do tráfego automóvel durante o período da manhã e de 98% durante o período da tarde. O estudo apontou ainda que a soma do atraso de cada um dos veículos que circulam nas vias envolvidas passará de 374 horas em 2021 para 76 horas em 2043, na hora de ponta da manhã, e de 507 horas em 2021 para 27 horas em 2043, na hora de ponta de tarde.

Ainda assim, alertou Ricardo Rio, a intervenção no Nó de Infias “não é a solução mágica para resolver todos os problemas de trânsito em Braga”. O autarca lembrou que o prolongamento da variante do Cávado, com ligação de Frossos a Ferreiros, envolvente ao Nó, “é uma intervenção fundamental” para aliviar o trânsito na cidade, adiantando que o projecto está já adjudicado.

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