Calha nos azulejos de São Bento é para manter. DGPC considera-a “necessária”

Direcção Geral do Património Cultural não foi consultada para colocação de tensímetros que medem impacto das obras do metro nos azulejos. IP está a avaliar e terá de esclarecer a situação

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Calha que atravessa os azulejos na estação de São Bento, no Porto Nelson Garrido

A avaliação da Infra-estruturas de Portugal (IP) ainda estará em curso, mas a Direcção Geral do Património Cultural (DGPC) considera que a localização do tensiómetro, em cima dos azulejos da estação de São Bento, no Porto, é “necessária para assegurar a devida monitorização” deste património. A retirada, acrescenta em respostas enviadas ao PÚBLICO, está prevista para 2024, quando as obras do metro terminarem.

A Direcção Regional de Cultura do Norte (DRCN), que acompanhou a empreitada de reparação do tecto e cobertura do átrio principal concluída no início de Março, já havia dito ao PÚBLICO que não tinha sido informada sobre a colocação deste equipamento. Por estar em causa “um imóvel de singular valor patrimonial”, acrescenta agora a DGPC, a Cultura do Norte enviou à IP “um ofício a solicitar formalmente esclarecimentos detalhados, incluindo o envio das peças desenhadas, memória descritiva e justificativa.”

Informalmente, a IP já havia informado esta entidade da relevância deste equipamento, acrescentando que a sua colocação “foi executada com sistemas de fixação adequados, sem quaisquer riscos para os azulejos”. Nesta operação, assessorada pela Faculdade de Engenharia do Porto, foram escolhidas as “áreas mais sensíveis do ponto de vista estrutural e de património integrado” para aí se avaliar as tensões a que os azulejos estão sujeitos.

Pouco depois da polémica estourar, em meados de Março, fonte da IP admitia reavaliar a situação: “Estão a ser avaliadas medidas para a minimizar o impacto estético das réguas metálicas nos painéis, estando igualmente prevista a colocação de informação ao público no átrio da estação.”

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