A Queima das Fitas do Porto está de volta e quer ser mais “responsável” e “sustentável”

Dois anos depois, a Queima das Fitas do Porto regressa ao Parque da Cidade. Vai decorrer entre 1 e 7 de Maio e traz artistas nacionais e internacionais, incluindo Profjam, Kevinho e Vini Vici. Apesar dos passes gerais estarem esgotados, já é possível adquirir bilhetes diários online.

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LUSA/JOSÉ COELHO

A Queima das Fitas do Porto regressa de 1 a 7 de Maio, após ter sido cancelada nos últimos dois anos devido à pandemia. Sobre esta que é a sua 100.ª edição, a presidente da Federação Académica do Porto (FAP), Ana Gabriela Cabilhas, avançou à Lusa que “vai ser uma edição memorável” com um “cartaz reforçado e diferenciado”. Pela primeira vez vai haver “um palco secundário como uma alternativa cultural”, onde a “música nacional e o “stand up comedy” vão ser o foco”, acrescenta.

Em entrevista à agência Lusa, Ana Gabriela Cabilhas adiantou que a montagem da festa no Queimódromo arrancou a 4 de Abril, no Parque da Cidade. O cartaz vai ter nomes de artistas nacionais e internacionais como o rapper e cantor de hip-hop português Profjam, o cantor-compositor de funk paulista Kevinho ou o duo israelita de música trance Vini Vici. Os portugueses Diogo Piçarra, Capitão Fausto, Quim Barreiros, Ana Malhoa, Wet Bed Gang, Nenny, Julinho KSD, Dillaz e a festa Revenge of the 90's também vão subir aos palcos.

A presidente da FAP estima cerca de 200 mil pessoas no total das noites do Queimódromo o destino final dos estudantes, após participarem nas várias actividades e cerimónias que acontecem ao longo da semana. Na Monumental Serenata estima-se a presença de 60 mil pessoas; na Missa da Bênção das Pastas, 30 mil pessoas, e no Cortejo cerca de 400 mil pessoas, contando com as famílias dos estudantes, acrescenta.

Depois de duas fases de venda de bilhetes exclusivas para estudantes e com os passes semanais esgotados, os bilhetes diários vão estar disponíveis para venda online a partir desta terça-feira. Ana Gabriela Cabilhas destacou que a Queima das Fitas está focada na desmaterialização das vendas de bilhetes, pretendendo tornar as vendas cada vez mais “sustentáveis”. Ainda assim, podem ser adquiridos na bilheteira do Queimódromo, a funcionar entre os dias 26 e 29 de Abril, das 10h às 20h. Vão também ser vendidos entre os dias 30 de Abril e 7 de Maio, das 13h às 4h, mas vão estar sujeitos a uma taxa de serviço e impressão que aumenta o valor do bilhete em um euro.

Dois palcos e uma zona lounge

O recinto também terá novidades. Além do meio milhar de estudantes voluntários, o Queimódromo vai ser reconfigurado com palco secundário pela primeira vez, abrindo portas mais cedo e aumentado zona lounge para 1 500 participantes. Ana Gabriela Cabilhas destacou a participação das centenas de voluntários que vão trabalhar para garantir a “segurança dos seus pares”. “Temos mais de 500 estudantes voluntários envolvidos, de diferentes áreas e de diferentes escolas e, portanto, isto é uma Queima de estudantes para estudantes”, afirma.

Os voluntários são, por exemplo, das áreas de enfermagem, medicina ou psicologia e vão estar mais ligados à componente dos comportamentos de risco e do apoio clínico. Haverá também estudantes da área das ciências do ambiente envolvidos na Comissão Ambiental, bem como estudantes da área de engenharia e do desporto para o apoio aos palcos, recinto e zona das portas. Haverá ainda voluntários do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto, por exemplo, para ajudarem nas actividades académicas, designadamente o Cortejo, Missa da Bênção das Pastas ou Serenata, explicou a presidente da FAP.

Este ano, o acesso ao recinto vai abrir mais cedo, às 20h (excepto no sábado, 30 de Abril), e encerrar mais cedo, às 4h30, esperando antecipar a afluência, para “estimular a segurança e reduzir a poluição sonora”. Com a reconfiguração do recinto do Queimódromo, a zona lounge (de descanso) e de restauração da Queima das Fitas vai aumentar “de 300 para os 1 500 participantes”, mantendo as tradicionais “barraquinhas”. O espaço foi repensado e reorganizado com parceria e apoio das câmaras do Porto e Matosinhos e de outras estruturas. A missão é promover mais segurança e combater o ruído: “Queremos gerar o menor impacto naquela zona circundante ao Queimódromo”, disse.

O Queimódromo vai contar também com o Centro de Operações Centralizado, com elementos da PSP, Protecção Civil, Bombeiros, entre outras estruturas, e vai ser criada uma linha de apoio através do WhatsApp para comunicar as diferentes ocorrências que possam surgir, tendo profissionais voluntários associados. “Será uma das mais responsáveis, sustentáveis e memoráveis edições de sempre, do maior evento do Porto e um dos maiores do país”, conclui Ana Gabriela Cabilhas, recordando que este será o “primeiro grande evento académico a nível nacional depois dos tempos difíceis que se viveram devido à covid-19”.

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