Dúvida: o modo “eco” dos electrodomésticos é mais eficiente?

Muitos consumidores indagam-se como lavagens tão demoradas podem representar uma poupança de água e energia. Explicamos aqui por que a opção “eco” é mais sustentável.

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Máquinas mais antigas podem não apresentar o modo "eco" Fernando Veludo/nFactos

As máquinas de lavar louça e roupa mais eficientes possuem o chamado “modo eco”, ou seja, um ciclo de lavagem que promete ser mais amigo do ambiente. Quem já premiu este botão “ecológico” sabe que o programa demora muito mais tempo do que as opções tradicionais. Em muitos casos, são necessárias mais de duas horas para completar a operação de limpeza.

Isto leva muitos consumidores a indagarem-se sobre a razão pela qual a modalidade “eco” é considerada mais sustentável. Se o electrodoméstico trabalha durante muito mais tempo, como podemos estar a poupar recursos? Parece contra-intuitivo, mas é verdade: o programa “eco” é o mais amigo do ambiente.

O modo “eco” é a opção mais sustentável porque permite lavar a mesma quantidade de louça ou roupa usando menos água e energia eléctrica. Todos os programas de lavagem apoiam-se no seguinte tripé: temperatura, água e tempo. No caso do programa “eco, a água utilizada apresenta uma temperatura mais baixa. Quanto mais aquecida estiver a água, melhor será o desempenho da lavagem. Então, para garantir o mesmo resultado na limpeza, este ciclo exige mais tempo para “compensar” o facto de a água ser menos aquecida. Desde que a carga não esteja excessivamente suja, a eficácia será semelhante.

O tempo de lavagem mais longo também permite que a louça (ou a roupa) fique “de molho” e o detergente possa actuar durante mais tempo. Assim, não será necessário que a água esteja muito aquecida para remover a sujidade. Também será possível recorrer a menos água para alcançar a mesma eficácia dos programas tradicionais.​

“A parte mais significativa do consumo energético durante uma lavagem está no aquecimento da água – e não na energia necessária para fazer girar um tambor durante a centrifugação, ao contrário que que possamos imaginar”, afirma Francisco Ferreira, presidente da associação Zero e professor na área de ambiente na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa​. Em resumo, o modo “eco” permite poupar não só água e electricidade, mas também dinheiro ao pagar as contas ao fim do mês.

Francisco Ferreira alerta ainda para o facto de as etiquetas energéticas dos electrodomésticos uma classificação obrigatória que usa barras coloridas para indicar a eficiência fazerem referência ao desempenho do produto precisamente na função “eco”. Isto quer dizer que se seleccionarmos outros ciclos de lavagem a performance do equipamento será menos eficiente. Por esta razão, o ambientalista faz o elogio dos fabricantes que colocam o botão “eco” como a opção por defeito. Assim, quando o consumidor liga a máquina, já está predefinido que o ciclo a utilizar é o ecológico. É sempre possível seleccionar outro programa, mas a pré-selecção já influencia o modo de utilização do equipamento.

No que toca às máquinas de secar roupa, o ideal para quem está a pensar em adquirir uma é apostar na tecnologia de condensação com bomba de calor. Este tipo de electrodoméstico também recorre a uma temperatura mais baixa do que as máquinas de secar tradicionais. “Desta forma, levam mais tempo para atingir o mesmo grau de secagem, mas não estão a gastar mais. Quanto mais eficiente for a máquina, maior é a duração do programa e, ainda assim, menor é o consumo energético”, pode ler-se na página da Deco Proteste.

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