Morreu Fábio Guerra, o agente da PSP que foi agredido e estava em coma desde sábado

O agente não resistiu aos graves ferimentos provocados pelas agressões de que foi alvo na madrugada de sábado junto à discoteca Mome, na Avenida 24 de Julho em Lisboa. Marcelo Rebelo de Sousa lamenta morte.

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Fábio Guerra, de 26 anos, era agente da PSP da esquadra 64 de Alfragide Facebook

Morreu Fábio Guerra, de 26 anos, agente da PSP da esquadra 64 de Alfragide. Não resistiu aos graves ferimentos provocados pelas agressões de que foi alvo na madrugada de sábado junto à discoteca Mome, na Avenida 24 de Julho, em Lisboa, informou a PSP em comunicado, esta segunda-feira. Estava internado no Hospital de São José, em Lisboa.

Os outros três agentes que também foram agredidos já tiveram alta hospitalar e foram, entretanto, ouvidos pela Polícia Judiciária (PJ). Os quatro agentes da PSP estavam de folga quando intervieram num episódio de agressões entre dois grupos no exterior da discoteca.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já lamentou o sucedido. “O agente Fábio Guerra será recordado pela sua abnegação, coragem e dedicação ao serviço do próximo e da segurança pública”, refere em comunicado o chefe de Estado, que manifesta o seu pesar e tristeza “pela perda de uma vida em circunstâncias tão trágicas” e endereça as suas condolências à família e amigos, mas também aos profissionais da PSP.

Também a PSP manifestou aos familiares e amigos de Fábio Guerra “votos de pesar, apoio e solidariedade”, num momento “trágico”. E agradece a ainda todos os esforços do pessoal médico do Hospital de São José, na assistência ao agente, na luta que travou.

“O agente Fábio Guerra honrou, até às últimas consequências, a sua condição policial e o seu juramento de ‘dar a vida, se preciso for’, num gesto extremo de generosidade e sentido de missão. Disso nunca nos esqueceremos”, sublinha o mesmo comunicado.

De acordo com a PSP, continuam em curso todas as diligências, em coordenação com a PJ, “visando a identificação e detenção de todos os autores das agressões, que resultaram na morte do nosso polícia”. Já não estão em causa apenas crimes de agressão, mas também homicídio.

As autoridades já identificaram três suspeitos. Dois deles são fuzileiros e estarão detidos na base naval do Alfeite.

Ao que o PÚBLICO apurou, os dois fuzileiros estarão a frequentar o curso para primeiro marinheiro – posto anterior ao de cabo – na Escola de Fuzileiros, no Barreiro, também praticarão boxe num ginásio em Sesimbra. Os dois suspeitos preparavam-se para partir para uma missão das Nações Unidas nos próximos dias.

Pouco depois das 16h deste domingo, a Marinha explicou, em comunicado, que os dois suspeitos se apresentaram “na respectiva unidade” depois de terem “informado as respectivas chefias” de que se tinham envolvido em confrontos “junto de um espaço nocturno”, em Lisboa. Foi a própria Marinha que lhes ordenou que se apresentassem na unidade, “onde se encontram a responder a um inquérito interno e à disposição das autoridades policiais para as devidas investigações”. Estes militares, porém, “ainda não foram notificados por nenhuma entidade policial”, sublinhava a Marinha.

Já esta segunda-feira, a Marinha também lamentou “profundamente o falecimento do agente da PSP Fábio Guerra”. Em comunicado, a Marinha reitera que se encontra disponível para colaborar com as autoridades policiais, com vista ao apuramento dos factos relacionados com a agressão a quatro polícias naquele local de diversão nocturna e que provocou a morte do agente Fábio Guerra.

Também o ministro da Defesa Nacional veio garantir que os factos que conduziram à morte do agente da PSP e que envolvem dois fuzileiros da Marinha “serão apurados e imputados” a quem agiu ao arrepio da lei.

“Os factos deste trágico evento serão apurados e imputados a quem tenha agido ao arrepio da lei e dos valores militares como a honra e a disciplina”, escreveu João Gomes Cravinho na rede social Twitter, lamentando a morte de Fábio Guerra, que foi “vítima de brutal agressão”.

O ministro da Defesa também expressou as “sentidas condolências” à família e amigos do agente, assim como à Direcção Nacional da PSP.

A ministra da Administração Interna, por sua vez, realçou a coragem do agente policial e reiterou que as autoridades tudo farão para “o rápido esclarecimento dos factos”.

Numa nota de pesar, Francisca Van Dunem diz ter recebido com “profunda tristeza e consternação” a notícia do falecimento de Fábio Guerra.

“Neste momento de grande dor, quero transmitir à família do agente Fábio Guerra, em meu nome e em representação do Ministério da Administração Interna e do Governo, o sentimento de solidariedade e de genuína condolência face à tragédia que se abateu sobre o seu ente querido”, refere a nota.

Nas palavras da ministra, este é o momento de garantir a Fábio Guerra um “funeral digno da vontade de paz que evidenciou, da coragem que revelou e do exemplo que deu como cidadão e como agente da PSP”.

Também a Polícia Judiciária, na rede social Twitter, manifestou o seu pesar pela morte do agente e endereçou as mais sentidas condolências à família, bem como seus camaradas e Direcção Nacional da PSP.

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