Mais de um terço dos refugiados ucranianos acolhidos em Portugal são crianças. Mulheres representam 59%

Em traços gerais, o perfil de quem chega da Ucrânia a Portugal é uma “mãe com duas crianças”, adiantou a secretária de Estado para a Integração e as Migrações.

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Refugiados ucranianos em Olhão, no Algarve. Duarte Drago

Cinquenta e nove por cento dos mais de dez mil ucranianos que chegaram a Portugal devido à invasão da Ucrânia pela Rússia são mulheres, disse esta quarta-feira a secretária de Estado para a Integração e as Migrações. Os homens que chegaram são, em maioria, crianças ou idosos, dado que os jovens e adultos ficaram no país a lutar.

“São já mais de 10 mil pessoas em pouco mais de duas semanas, quase dois terços são mulheres, ou seja, 59%”, disse Cláudia Pereira à margem da inauguração do Centro Local de Apoio à integração de Migrantes (CLAIM), no Instituto Politécnico do Porto (IPP).

Cláudia Pereira adiantou ainda que mais de um terço dos ucranianos até agora acolhidos no país são crianças dos 0 aos 13 anos.

A governante referiu que, em traços gerais, o perfil de quem chega da Ucrânia a Portugal é uma “mãe com duas crianças”.

Deslocados ucranianos em Lviv com destino à Polónia Adriano Miranda
Deslocados ucranianos em Lviv, com destino à Polónia Adriano Miranda
Deslocados ucranianos em Lviv com destino à Polónia Adriano Miranda
Refugiados nas tendas da Cruz Vermelha perto da estação de comboios de Lviv Adriano Miranda
Deslocados ucranianos em Lviv com destino à Polónia Adriano Miranda
Voluntários distribuem refeições quentes na fronteira com a Polónia Adriano Miranda
Vera Iljina (28 anos) e a filha Maria (5 anos) num autocarro já na Moldova Miguel Manso
Refugiados à espera de entrar num autocarro na Moldávia Miguel Manso
O Centro de Acolhimento de Refugiados em Chisinau, capital da Moldávia Miguel Manso
Crianças a entrar num autocarrona Cracóvia, Polónia, com destino a Berlim Reuters/FABRIZIO BENSCH
Crianças que foram retiradas de uma aldeia perto de Kiev EPA/OLEG PETRASYUK
Crianças brincam num centro de refugiados em Chisinau, Moldova EPA/DUMITRU DORU
Crianças sentadas depois de terem chegado a Bruxelas Reuters/YVES HERMAN
Mães e crianças na cidade de Palanca, na Moldova EPA/AMEL PAIN
Crianças brincam na estação central de Varsóvia, na Polónia Reuters/Adam Stepien/AGENCJA WYBORCZA
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Deslocados ucranianos em Lviv com destino à Polónia Adriano Miranda

No que diz respeito a distribuição geográfica, Cláudia Pereira referiu que todos os municípios estão a receber ucranianos, destacando-se os distritos de Lisboa, Setúbal, Faro, Porto e Leiria.

A secretária de Estado vincou que Portugal acolherá os que forem necessários, não estabelecendo nenhum número máximo.

“Eu acho que nenhum de nós imagina o que é que estas pessoas passaram, primeiro para sair do país, depois o sofrimento que estão a ter e, portanto, nós acolhemos os que forem necessários acolher”, reforçou, adiantando que o Governo removeu o máximo de obstáculos possíveis para uma melhor integração dos ucranianos, criando desde logo o estatuto de protecção temporária pelo facto de virem de uma situação de guerra e a autorização imediata de residência.

Também os estudantes que vêm da Ucrânia têm estatuto de estudante de emergência por razões humanitárias, podendo candidatar-se às universidades num concurso especial onde lhes é facilitada a equivalência do grau anterior e simplificado os procedimentos relacionados com as residências, cantinas ou apoios sociais.

“Mas, ainda são poucos, o que se compreende, porque a maior parte ficou na Ucrânia a lutar no país”, disse Cláudia Pereira.

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