Bloco avança com despedimentos e encerramento de sedes

O Observador escreve que, na sequência do mau resultado nas legislativas e consequente quebra nas subvenções estatais, o Bloco de Esquerda terá de apertar o cinto e fazer despedimentos, encerrar sedes e agrupar distritais.

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Catarina Martins, coordenadora do Bloco de Esquerda Matilde Fieschi

O Bloco de Esquerda terá de reduzir custos e depara-se com a necessidade de fazer despedimentos, encerrar sedes e agrupar distritais devido à substancial redução das subvenções estatais a que tem direito devido ao mau resultado nas eleições legislativas de 30 de Janeiro, avançou na noite de quinta-feira o jornal digital Observador.

Com a passagem de uma bancada parlamentar de 19 deputados para apenas cinco, os bloquistas vêem-se obrigados a realizar uma forte contenção de custos, processo que, escreve o Observador, está já a ser tratado pelo secretariado do partido. Após duas reuniões da comissão política do Bloco, a tendência interna Convergência, crítica da actual liderança protagonizada por Catarina Martins, publicou no respectivo site uma nota em que aponta o dedo ao "abuso de poder" da actual direcção bloquista, considerando que as decisões em torno da redução de custos não estão a ser transparentes.

O Observador escreve ainda que o BE terá de baixar despesas em cerca de 60%, incluindo estruturas locais e a nacional (assim como no Parlamento). Estará já decidido o encerramento de sedes, embora ainda não tenham sido definidas quais irão fechar. Já quanto às distritais, a intenção passará por agrupar em função da proximidade geográfica de modo a que seja possível partilhar funcionários e custos. Só as distritais de Lisboa, Porto e Setúbal, bem como Madeira e Açores, poderão continuar a contar com uma estrutura e organização própria.

A Lei do Financiamento dos Partidos Políticos e Campanhas Eleitorais estabelece que os partidos políticos têm direito a subvenções públicas para financiarem as suas despesas correntes, tendo assim direito a uma subvenção anual (os partidos que tenham garantido representação na Assembleia da República) que é atribuída em função do número de votos recebido (valor equivalente à fracção 1/135 do valor do Indexante de Apoios Sociais).

Depois de em 2019 ter conquistado 500 mil votos, o Bloco perdeu cerca de metade dos votos nas legislativas de Janeiro (249 mil), faltando ainda contabilizar os votos do círculo da Europa cuja eleição é repetida nos dias 12 e 13 de Março.

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