Agressões marcam clássico. “Jogo que reflecte 40 anos de Pinto da Costa”, acusa Varandas

Após jogo de emoções fortes, as coisas descambaram no relvado do Dragão, com agressões e insultos à mistura. Varandas criticou e Conceição respondeu à letra: “Há que respeitar o presidente mais titulado do mundo”.

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EPA/ESTELA SILVA
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O jogo tinha sido bem disputado e renhido: no final dos 90 minutos, o marcador apontava um empate a duas bolas que, nas contas do campeonato, nada alterava. Contudo, as emoções fortes vividas durante a partida transbordaram após o apito final, com jogadores e equipas técnicas de FC Porto e Sporting a envolverem-se em agressões e insultos, que se alastraram depois às bancadas do Estádio do Dragão.

Tudo parece ter começado quando o guarda-redes “leonino”, Antonio Adán, provocou alguns adeptos que estavam atrás da baliza norte. Os jogadores portistas procurar tirar satisfações e os ânimos inflamaram-se definitivamente: depois de assentar a poeira, João Pinheiro expulsou Marchesín e Pepe, do lado do FC Porto, e João Palhinha e Bruno Tabata, do Sporting.

Luís Gonçalves, team manager dos portistas, terá então sido agredido por Tabata, enquanto os jogadores do Sporting eram atingidos por objectos lançados das bancadas. Alguns assistentes operacionais dos portistas, identificados com coletes azuis, também se envolveram em confrontos com os jogadores do Sporting.

Na sala de imprensa, o presidente do Sporting, Frederico Varandas, afirmou que as agressões reflectem “40 anos de Pinto da Costa” no futebol português. “Ver numa tribuna presidentes de câmara, ilustres políticos e todos assobiam para o lado. Elementos da organização do evento a entrarem no campo e a agredirem jogadores. Isto é o pior do desporto, o pior que Portugal tem a nível de desporto e ninguém tem coragem de confrontar isto”, disparou o dirigente.

Varandas deixou ainda críticas a João Pinheiro, dizendo que o árbitro foi pedir desculpa durante o jogo a jogadores e membros da equipa técnica do Sporting por ter cometido, na opinião do dirigente, decisões erradas contra os “leões”. “Acho que João Pinheiro, que para mim é um árbitro competente, não está minimamente preparado para isto. Não sei se algum dia estará preparado para arbitrar um jogo com público.”

Frederico Varandas deixou ainda uma palavra sobre a próxima visita dos “leões” ao Dragão, agendada para o mês de Abril. “Cá estaremos de volta para jogar a meia-final da Taça de Portugal: se tiverem de pôr adeptos ou elementos de claques como apanha-bolas, que ponham.”

Conceição exige respeito a Varandas

Na conferência de imprensa após a partida, Sérgio Conceição foi breve nas palavras. Classificando como “lamentáveis e vergonhosas” as agressões e confrontos entre jogadores de ambas as equipas, o técnico “azul e branco” deixou ainda um recado ao dirigente “leonino”, exigindo respeito pelo FC Porto e por Pinto da Costa.

“Mais lamentável ainda [do que as agressões] foi o que aconteceu nesta sala de imprensa antes de vir aqui. Há que respeitar o FC Porto e um presidente com 40 anos de liderança. Ganhou não só em Portugal como na Europa. É o presidente mais titulado do mundo e alguém que merece [respeito], como pessoa e como dirigente”, apontou Conceição.

Sobre a partida, o técnico “azul e branco” lamenta a perda de dois pontos, considerando que o FC Porto poderia ter conseguido a vitória caso tivessem sido aproveitadas algumas oportunidades de golo. “Lamentamos a perda de dois pontos: mesmo quando estávamos a perder 2-0 tivemos situações para fazer golos. O Sporting foi muito eficaz ofensivamente. Acreditámos que era possível, entrámos no jogo com essa intenção de fazer golos. Coates foi expulso e, a partir daí, ainda mais se acentuou o nosso domínio do jogo.”

Rúben Amorim não compareceu na sala de imprensa. Na flash interview, o técnico “leonino” lamentou que o Sporting tenha perdido o controlo da partida, depois de estar a vencer por 2-0 os portistas. Sobre os incidentes, Amorim disse que toda a gente activamente envolvida deve ser castigada, considerando que as provocações começaram no início da semana.

“São os nervos à flor da pele e depois alguém vai tentar separar... Desde o início da semana que começou isso. Se está um dos nossos lá no meio, temos de ajudar. Tal como a investigação que se fez no lance do Nuno Santos [sancionado após os incidentes em Vizela], há que investigar e castigar toda a gente que tem de ser castigada”, exortou o treinador do Sporting.

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