Laboratórios Germano de Sousa estão encerrados esta sexta-feira devido ao ciberataque

Os laboratórios não estão a receber doentes nem a realizar testes à covid-19. Só voltam a funcionar “em pleno” na segunda-feira.

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Germano de Sousa Daniel Rocha

Os laboratórios de análises clínicas Germano de Sousa estão fechados ao público e só voltam a funcionar “em pleno” na segunda-feira, na sequência do ataque informático de que foram alvo na quinta-feira, disse à Lusa o administrador do grupo.

De acordo com Germano de Sousa, esta sexta-feira, os laboratórios não estão a receber doentes, nem a fazer testes ao SARS-CoV-2. “É uma falha [impossibilidade de fazer os testes]. Vai fazer falta ao panorama nacional, mas não podemos fazer mais do que isto”, adiantou o fundador do grupo e médico patologista.

O médico adiantou ainda que no domingo, “na pior das hipóteses”, já estarão a funcionar os serviços de urgência do laboratório, mas o funcionamento em pleno só acontecerá na segunda-feira. “Já estará tudo a funcionar em pleno no domingo, mas como no domingo só fazemos urgências, na segunda-feira estamos de portas abertas e a funcionar normalmente”, detalhou.

Apesar de os “piratas” informáticos não terem acedido à base de doentes, Germano de Sousa disse que para “evitar qualquer possibilidade” que isso aconteça a equipa de cibersegurança do grupo e os especialistas estão a “limpar tudo” e “quase a renovar” as suas ligações e os programas, que permitem as ligações ao exterior, “e isso vai demorar mais tempo do que se supunha”.

As ligações com os hospitais parceiros laboratoriais ainda estão neste momento cortadas. “Nós temos os nossos laboratórios nos hospitais e aí não há perigo absolutamente nenhum, mas as ligações com o laboratório central estão cortadas para evitar a mínima hipótese de contaminação”, sublinhou.

Revelou ainda que os rastreios ao vírus que tinham realizado “vão sair todos e vão ser todos comunicados” à plataforma do Ministério da Saúde Sinave. “Estamos a fazer as análises como sempre, isso não foi alterado em nada e estamos a despachar todos os rastreios covid que tínhamos”, disse o patologista.

Questionado se o Grupo Germano de Sousa já recebeu algum pedido de resgate, afirmou que não. “Teoricamente isto seria um ataque ransomware [em que é pedido um resgate]”, mas, por enquanto, ainda não foi recebida nenhuma mensagem nesse sentido.

O grupo adiantou, na quinta-feira, que a sua equipa de cibersegurança está em estreita articulação com todas as autoridades competentes, nomeadamente a Polícia Judiciária, a Comissão Nacional de Protecção de Dados e o Centro Nacional de Cibersegurança.

Segundo o grupo, o ciberataque, ocorrido na madrugada de quinta-feira, foi “deliberado e criminoso com o objectivo de causar danos e perturbações à sua actividade e aos seus doentes”, mas “não existe qualquer evidência” de que os dados dos seus doentes tenham sido comprometidos.

Naquele comunicado de quinta-feira, o grupo fez saber que “monitoriza continuamente a segurança da sua infra-estrutura e dos seus sistemas de informação”, tendo detectado de imediato o ataque informático e tomadas medidas técnicas de contenção de forma a garantir a protecção de todos os sistemas.

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