Bolsonaro ameaça influencer nas redes sociais com um “tiro”

O Presidente do Brasil regressa às polémicas nas redes sociais ameaçando disparar contra Cauê Moura. A troca de palavras tornou-se num dos assuntos mais falado no Twitter.

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Jair Bolsonaro é acusado de uso de um tom ameaçador e de preconceito e discriminação ADRIANO MACHADO/Reuters

Jair Bolsonaro ameaçou o influencer brasileiro Cauê Moura através das suas redes sociais, depois de este ter feito uma publicação a troçar com a fraca capacidade do Presidente do Brasil para manusear uma arma. O chefe de Estado garantiu que não seria “difícil de acertar” um tiro num “gordinho” como Cauê.

O capitão mentecapto não sabe nem atirar, o vídeo partilhado pelo influencer no Twitter, já contava com mais de 92 mil gostos e quase 12 mil partilhas. Nele, pode ver-se o Presidente brasileiro com dificuldades para disparar uma arma, esquecendo-se de destravá-la e falhando consecutivamente o alvo.

Bolsonaro não conseguiu deixar de demonstrar o seu incómodo com as palavras de Cauê Moura, protagonizando mais um momento polémico através das suas redes sociais. Começando por admitir alguma falta de prática com armas, não deixou de afirmar que, “numa eventual invasão de propriedade”, se o alvo fosse um “gordinho”, não seria “tão difícil acertar”.

Não tardando a responder, o influencer ironizou: “Alguém está à procura de um imóvel em Brasília? Está disponível o duplex que eu aluguei na mente do Presidente.”

A troca de palavras tornou-se rapidamente num dos assuntos mais falado naquela rede social e contou com centenas de interacções, entre as quais as contas oficiais do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) e deputados como Rogério Carvalho, do Partido dos Trabalhadores (PT).

Este último, senador pelo estado de Sergipe, escreveu: “Bolsonaro foi expulso do exército. Saiu de lá e ficou 30 anos no Parlamento sem fazer nada. Eleito com fake news, tornou-se Presidente sem apresentar um único projecto de desenvolvimento nacional ou de recuperação de empregos. Bolsonaro não gosta de trabalho”, atacou.

Para além destas reacções, também membros de grupos activistas não tardaram a responder ao Presidente, criticando o uso do termo “gordinho” para troçar de alguém. Embora defendam que a utilização do termo “gordo” deva ser normalizada, a sua utilização de forma pejorativa ou num contexto para constranger alguém, é considerado como forma de preconceito e discriminação, dizem.

Há apenas um mês, Bolsonaro utilizou este mesmo termo em sentido pejorativo referindo-se a Flávio Dino, governador do Maranhão. Dirigindo-se a uma apoiante da equipa de futebol do Maranhão, o Presidente brasileiro disse, citado pela Folha de S.Paulo: “Já reparou que geralmente em países comunistas o chefe é gordo? Coreia do Norte? Venezuela? Gordinho não é? Maranhão é igual”.

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