Eleita deputada, Elisabete Matos quer cumprir mandato no São Carlos

Elisabete Matos não acumulará o cargo de directora artística com o de deputada na Assembleia da República.

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Elisabete Matos num comício no Theatro Circo na campanha para as legislativas Nuno Ferreira Santos

A soprano Elisabete Matos, eleita deputada pelo PS nas legislativas de domingo, afirmou segunda-feira à agência Lusa que cumprirá o mandato de directora do Teatro Nacional de São Carlos (TNSC) e que, até lá, não acumulará funções.

“Estamos no dia a seguir às eleições, há reuniões para se decidir, mas o meu mandato no Teatro Nacional de São Carlos vai até ao fim”, disse Elisabete Matos, referindo que não acumulará o cargo de directora artística com o de deputada na Assembleia da República.

Elisabete Matos assumiu a direcção artística do TNSC em Outubro de 2019 e o mandato termina a 30 de Setembro deste ano.

É a primeira mulher a liderar a direcção artística de um teatro de ópera com mais de dois séculos de história e numa altura em que a instituição se prepara para entrar numa nova fase de requalificação e modernização.

Em Julho passado, em entrevista à agência Lusa a propósito da nova temporada, Elisabete Matos lamentava que grande parte do seu mandato tivesse sido marcado pela pandemia da covid-19, o que tinha tido implicações no projecto artístico pensado a três anos.

“Caiu-me a mosca na sopa. [...] É um projecto que está aqui ‘interrupto’, que não consegui ainda [concretizar]. Durmo muito tranquila sabendo que fiz o máximo daquilo que foi possível fazer, mas gostaria de poder ter a liberdade e de pôr em prática tudo o que auspiciava quando entrei aqui”, disse, na altura.

Nas eleições legislativas antecipadas de domingo, Elisabete Matos figurou em segundo lugar nas listas do PS por Braga, um distrito onde o partido foi o mais votado e conseguiu aumentar para nove o número de deputados.

O PS alcançou a maioria absoluta nas legislativas e uma vantagem superior a 13 pontos percentuais sobre o PSD, numa eleição que consagrou o Chega como a terceira força política do parlamento.

Com 41,7% dos votos e 117 deputados no parlamento, quando faltam atribuir apenas os quatro mandatos dos dois círculos da emigração, António Costa alcança a segunda maioria absoluta da história do Partido Socialista, depois da de José Sócrates em 2005.

O PSD ficou em segundo lugar, com 27,80% dos votos e 71 deputados, a que se somam mais cinco eleitos em coligações na Madeira e nos Açores, enquanto o Chega alcançou o terceiro lugar, com 7,15% e 12 deputados, a Iniciativa Liberal (IL) ficou em quarto, com 5% e oito deputados, e o Bloco de Esquerda em sexto, com 4,46% e cinco deputados.

A CDU com 4,39% elegeu seis deputados, o PAN com 1,53% terá um deputado no parlamento, e o Livre, com 1,28% também um deputado. O CDS-PP alcançou 1,61% dos votos, mas não elegeu qualquer deputado.

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