Costa afasta “geringonça” e admite governar à Guterres ou com o PAN

O candidato do PS, António Costa, admitiu, no debate desta quinta-feira, governar com o PAN caso não tenha maioria absoluta, afastando, assim, a possibilidade de uma nova geringonça.

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António Costa e Rui Rio RTP

A possibilidade de uma nova gerigonça, com BE e PCP, parece mesmo estar colocada de parte por António Costa. No debate desta quinta-feira, que opôs o primeiro-ministro a Rui Rio, candidato do PSD, o candidato do PS admitiu ser possível governar com o PAN.

Para António Costa, a repetição da “geringonça não é possível” e traz assim outro partido para a mesa de negociações, que não contribuiu para o chumbo do Orçamento do Estado para 2022. “Não conhecemos os resultados nas eleições, não esqueço que um partido, o PAN, não contribuiu para esta crise”, afirma. “Desde que não perca as eleições cá estou para encontrar uma boa solução de Governo”. Ainda assim, António Costa não respondeu ao nome de Pedro Nuno Santos, que Rio lançou como o possível sucessor de António Costa, caso este não alcance a tão ambicionada maioria governamental.

Rui Rio apontou o dedo ao candidato do PS por este, em 2015, não ter apresentado, durante a campanha, a solução que veio a recorrer, juntamente com PCP e BE, para governar o país, depois de ter perdido as eleições para a coligação do PSD e CDS-PP, liderada por Pedro Passos Coelho. “Parlamentarmente é legítima, mas não foi apresentada essa possibilidade ao país durante a campanha”, disse Rio, acusando Costa de estar a fazer o mesmo.

Perante a insistência, Costa respondeu que a uma semana das eleições em 2015 avisou que chumbaria um Governo minoritário de direita. “Não escondi nada a ninguém. Na noite das eleições, fiz um discurso com toda a clareza e disse que o PS nunca será uma solução de ingovernabilidade e por isso nunca inviabilizaríamos um Governo se não tiver um cenário alternativo”, limitou-se a responder. “​Não há tabus sobre o que acontecerá a 30 de Janeiro. Nesse dia saberemos os resultados. O resultado desejável: o país ter estabilidade com maioria do PS”

“Se Rui Rio ganhar, só posso ter uma leitura, os portugueses rejeitaram a minha acção por isso arrumo os meus papéis e entregarei a chave a Rui Rio”, disse. “E se não tiver a maioria: se não tiver a maioria absoluta não viro as costas aos portugueses. Irei conversar com os partidos na Assembleia da República e, ou no modelo clássico do engenheiro Guterres”... ou com o PAN.

A sondagem da Universidade Católica para o PÚBLICO, RTP e Antena 1, publicada esta quinta-feira, mostra que, na última semana, o PS voltou a subir e o PSD perdeu dois pontos percentuais, apesar de António Costa ter perdido reputação como primeiro-ministro e Rui Rio ter ganho pontos nesse campeonato. O PS pode estar a três deputados de distância da maioria absoluta tão desejada por António Costa, de acordo com o melhor dos cenários previstos na sondagem

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