Projecto-piloto do Electrão em Lisboa levou a aumento das recolhas e reciclagem em 2021

O serviço permitiu ainda aumentar o conforto dos cidadãos e combater o mercado paralelo, diz o Electrão - Associação de Gestão de Resíduos. A entidade realizou 377 recolhas e encaminhou para reciclagem 25,7 toneladas de grandes electrodomésticos no ano passado.

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Arroios foi a freguesia que registou maior adesão ao projecto Ana Sofia Serra
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Arroios foi a freguesia que registou maior adesão ao projecto Ana Sofia Serra

O projecto-piloto de recolha porta-a-porta desenvolvido pela Câmara Municipal de Lisboa (CML) e o Electrão contribuiu para o aumento da recolha e reciclagem de equipamentos eléctricos em 2021 por parte do Electrão, que registou uma subida a nível nacional de 16 mil toneladas em 2020 para 17 mil no ano seguinte, revelou a entidade ao PÚBLICO esta quinta-feira.

“O alargamento da rede de locais de recolha e a melhoria da qualidade do serviço da recolha do Electrão, de que é exemplo o porta-a-porta em Lisboa, contribuíram para o aumento das recolhas entre 2020 e 2021”, disse a associação de gestão de resíduos.

Este projecto procurou “testar um serviço de proximidade ao cidadão para recolha de resíduos”, assim como complementar os serviços de recolha de resíduos do município e os locais de recolha da rede Electrão na cidade, de acordo com uma nota no site da CML.

Em funcionamento de Julho a Dezembro de 2021, abrangeu inicialmente as freguesias da Ajuda, de Alcântara e de Belém mas, no final do ano, devido à resposta positiva por parte da população, a iniciativa foi alargada a mais dez freguesias: Alvalade, Areeiro, Arroios, Avenidas Novas, Beato, Campolide, Marvila, Olivais, Parque das Nações e Santo António.

Segundo o Electrão, neste período de seis meses, a equipa de recolha, que assegurou o transporte gratuito dos equipamentos eléctricos em fim de vida, como frigoríficos e máquinas de lavar roupa ou loiça, realizou 377 recolhas ao domicílio.

No total, foram encaminhadas para reciclagem 25,7 toneladas de equipamentos, tendo a freguesia de Arroios sido aquela que registou maior adesão ao projecto, com cerca de quatro toneladas (3902 quilos) de grandes electrodomésticos recolhidos.

Analisados os resultados do serviço, o Electrão conclui que permitiu “resolver muitos dos problemas associados aos grandes equipamentos eléctricos usados”, como a dificuldade dos cidadãos de transportarem os mesmos até um local de deposição apropriado, tarefa que passou a ser assegurada pela associação.

Para além disso, o projecto-piloto foi capaz de combater o desvio dos equipamentos do circuito oficial, muitas vezes recolhidos da rua por “operadores do mercado paralelo”, antes que os serviços municipais os conseguissem transportar.

De acordo com a entidade, a iniciativa colmatou ainda “lacunas que se verificam ao nível da logística inversa, ou seja, quando se verifica a recolha de um equipamento aquando da compra de um novo”, já que conseguiu garantir o encaminhamento dos equipamentos em fim de vida para unidades de reciclagem licenciadas para o efeito.

Questionado pelo PÚBLICO sobre a possibilidade de implementar o projecto a longo prazo na cidade, a associação afirmou que, face aos resultados registados no ano passado, “é natural que este modelo possa vir a ser implementado de forma permanente e até replicado em outros locais”, caso exista vontade dos municípios.

Ao abrigo do projecto, o Electrão verificou sempre se os munícipes que solicitaram a recolha à CML tinham outros equipamentos fora de uso, “como pequenos electrodomésticos, lâmpadas ou pilhas para recolha, de forma a aproveitar sinergias”. Mais: sinalizou equipamentos a funcionar para os entregar a instituições sociais que pudessem assegurar a reutilização dos mesmos por pessoas necessitadas.

A Electrão - Associação de Gestão de Resíduos é a entidade que gere e assegura o encaminhamento para destino adequado dos resíduos de equipamentos eléctricos e electrónicos (REEE), pilhas e acumuladores (RPA) e embalagens (RE) em Portugal.

Texto editado por Ana Fernandes

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