PS mais forte entre os maiores de 65 anos e com menos escolaridade

Sondagem da Católica para o PÚBLICO, RTP e Antena 1 dá informação pormenorizada sobre o tipo de eleitor de cada partido. Cerca de um quarto das mulheres inquiridas ainda não sabe em quem votar. Estudo mostra como uma evolução da pandemia que afecte mais os eleitores de idades específicas pode influenciar os resultados eleitorais.

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Evolução da pandemia pode influenciar resultados eleitorais Miguel Manso

PS mais forte entre os mais velhos e entre os eleitores com níveis de escolaridade mais baixos, mulheres mais indecisas e evolução da pandemia pode influenciar resultados eleitorais. Estas são algumas das conclusões reveladas pela sondagem do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (Cesop) da Universidade Católica Portuguesa para o PÚBLICO, RTP e Antena 1 feita nos últimos dias.

A sondagem revela que, em matéria de intenção de voto, numa semana, o PS de António Costa recupera e o PSD de Rui Rio perde terreno, dilatando para nove pontos percentuais a vantagem do PS face ao PSD — que há uma semana estava em seis pontos. O estudo volta a indicar que não haverá maioria absoluta, já que mesmo no melhor dos cenários os socialistas ficam a três deputados de uma maioria no Parlamento, forçando entendimentos na Assembleia da República.

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Os dados da sondagem permitem também uma leitura mais fina das intenções de voto, ao revelar conclusões sobre em que idades os partidos têm maior concentração de eleitores ou em que tipo de eleitores (por nível de ensino). A percentagem de intenções de voto no PS é menor entre a população mais escolarizada do que entre a menos escolarizada, revela a sondagem. Entre os inquiridos que não completaram o terceiro ciclo, o PS é o que tem mais intenções de voto (40%). Entre os que completaram o terceiro ciclo de ensino, o PS recolhe a maior percentagem de votos, mas esta é mais baixa (de 33%). Esta percentagem vai baixando à medida que o grau de ensino sobe.

O PSD, por exemplo, já exibe uma distribuição mais homogénea por idades. As duas faixas etárias mais altas (dos 35 aos 64 anos e acima dos 65 anos) têm cerca de um quinto dos inquiridos, cada uma. Se só votassem pessoas com o ensino superior, o PSD era o partido mais votado, conseguindo 26% dos votos, acima dos 25% do PS.

O BE, o PAN, a IL e o Livre são os partidos em que os eleitores da faixa etária entre os 18 e os 34 anos assumem mais importância.

Impacto da pandemia nos resultados

A questão das idades assume maior relevância numa situação pandémica, considera o estudo. Se, por exemplo, num cenário hipotético a evolução da pandemia afectasse mais as pessoas mais velhas, o PS seria o partido mais penalizado, já que é aquele que consegue intenções de voto mais altas para os maiores de 65 anos.

Se, por outro lado, a situação pandémica afectasse mais as pessoas mais novas (entre os 18 e os 34 anos), seriam o BE, o PAN, a IL e o Livre os mais penalizados, já que estas franjas de eleitores têm um peso relevante no eleitorado de cada um destes partidos.

A sondagem revela ainda que as mulheres estão mais indecisas do que os homens — um resultado que não foge às leituras de estudos anteriores da Cesop. Um quarto das mulheres inquiridas não sabe em quem votar, a poucos dias das eleições de 30 de Janeiro.

Na desagregação por sexo, há dois partidos que a sondagem destaca: o Chega é mais forte nos eleitores homens do que nas mulheres e no PAN acontece o contrário. Entre os dois maiores partidos, o PS apresenta uma implantação semelhante entre homens (27%) e mulheres (30%), mas o PSD mostra mais diferenças, com 25% dos homens a declarar votar no PSD, mas só 17% das mulheres a declarar o mesmo.

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