Sindicato denuncia problemas no abastecimento das viaturas da PSP

Sindicato da Polícia Nacional denuncia proibições no abastecimento do combustível neste início de ano que condicionam o policiamento e cingem os comandos à resposta de ocorrências. Direcção Nacional da PSP diz que as dificuldades se devem a “questões burocráticas” relacionadas com a renovação do contrato de fornecimento de combustível.

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Segundo o Sinapol, os comandos da PSP receberam indicações para que as viaturas policiais e estas permaneçam paradas em locais de visibilidade nos momentos em que não respondem a ocorrências Rui Gaudêncio

O Sindicato Nacional da Polícia (Sinapol) denunciou esta segunda-feira restrições na circulação das viaturas da PSP devido “à proibição no abastecimento do combustível”, situação que a Direcção Nacional atribuiu a um problema com os contratos de fornecimento.

O presidente do Sinapol, Armando Ferreira, avançou ao PÚBLICO que a situação se começou a desenvolver nos últimos dias de 2021, quando foram dadas indicações para que todas as viaturas fossem atestadas, mesmo no caso de veículos abastecidos recentemente.

Entretanto, esta segunda-feira o Sinapol começou a receber “emails e telefonemas” que davam conta da proibição em vários comandos da PSP dos abastecimentos de combustível das viaturas policiais, devendo os carros permanecer parados em locais de visibilidade.

“Só podem ser usadas para efectuar ocorrências e não há patrulhas, não há policiamento. Enquanto não estiverem em ocorrências, devem estar estacionadas em locais de visibilidade para demonstrar que ali está a polícia”, avançou Armando Ferreira, citando as descrições enviadas ao sindicato de vários pontos do país.

Segundo o sindicalista, os abastecimentos das viaturas policiais estão proibidos “até novas instruções”. O Sinapol informa em comunicado, enviado esta tarde, que remeteu “com carácter de urgência um pedido de esclarecimento” à Direcção Nacional da PSP e ao Ministério da Administração Interna (MAI), sem que tenha existido uma resposta.

O PÚBLICO também tentou contactar o MAI e a PSP, sem sucesso até ao momento. Estas restrições denunciadas pela Sinapol não se verificam na Guarda Nacional Republicana (GNR), segundo indicou ao PÚBLICO fonte da GNR.

No comunicado enviado, o Sinapol considera a situação “completamente inadmissível” que “põe em causa a segurança pública e dos cidadãos”, sendo “totalmente incompreensível para um país desenvolvido, membro da União Europeia”.

Contactada pela Lusa, a Direcção Nacional da PSP referiu que os carros não estão proibidos de abastecer, mas existem restrições devido a “questões burocráticas” relacionadas com a renovação do contrato de fornecimento de combustível no início do ano, devendo o problema estar resolvido entre esta segunda e terça-feira. Segundo a Direcção Nacional da PSP, todas as viaturas da PSP foram abastecidas no último dia do ano.

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