O precedente de João Rendeiro

É impossível não deixar no ar a pergunta: se Rendeiro não tivesse fugido, estaria hoje Manuel Pinho em prisão domiciliária?

A Justiça é cega, como estabelecem a filosofia e as leis, mas é capaz de aprender. E a fuga de João Rendeiro parece ter servido de lição para a sua inabalável fé na presunção de que todos os acusados ou condenados aceitam as suas decisões soberanas. Rendeiro fê-la aprender, ou recordar, que o risco de fuga de criminosos ou suspeitos é uma longa tradição humana. Fê-la constatar que os alvos das suas diligências processuais não são por natureza santos dispostos a cooperar com os valores que defende. Fê-la acreditar que vale mais um acusado detido do que em fuga. É sob esta luz que se pode compreender a prisão domiciliária de Manuel Pinho.

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