Televisões dividem entre si 36 debates na primeira quinzena de Janeiro, incluindo o Livre

Calendário ainda está a ser discutido com os partidos mas deverá ser conhecido nos próximos dias. Depois de recorrer à ERC e à CNE, o Livre conseguiu ser incluído na lista.

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Rui Rio e António Costa vão voltar a debater frente-a-frente na televisão depois das legislativas de 2019 Pedro Nunes

Os três canais generalistas RTP1, SIC e TVI e os respectivos canais de informação – RTP3, SIC Notícias e CNN Portugal – vão realizar 36 debates frente a frente entre os líderes de todos os partidos e da coligação CDU que elegeram deputados nas legislativas de 2019, ou seja, incluindo o Livre. Os debates vão ser emitidos na primeira quinzena de Janeiro, mesmo antes do arranque da campanha eleitoral, isto é, entre os dias 2 e 15 de Janeiro.

O anúncio foi feito através de uma curta nota conjunta das televisões generalistas de acesso aberto. “As três televisões (RTP, SIC e TVI) acordaram em realizar 36 frente-a-frente incluindo todos os partidos ou coligações que elegeram deputados em 2019. Nos próximos dias será apresentado o calendário dos debates”, lê-se no documento.

“Este é um esforço e um contributo dos três canais generalistas para ajudar ao esclarecimento público num período eleitoral que será vivido ainda em contexto pandémico”, acrescentam os operadores.

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O calendário concreto com a definição dos frente-a-frente ainda está a ser discutido entre os operadores e os partidos mas prevê-se que deva estar consensualizado até ao final desta semana. A intenção das televisões é que não haja sobreposição da emissão de debates entre os canais. Tendo em conta que são 36 debates a distribuir por 14 dias, isso significa que irá acontecer como nas presidenciais de Janeiro: haverá pelo menos dois debates por dia, chegando mesmo a existir dias com três debates, mas a horas diferentes (quando termina um debate num canal começa outro com protagonistas diferentes noutro canal).

Depois de ter ficado excluído da lista de debates que estava a ser construída pelas três televisões – por entenderem que só deviam fazer frente-a-frente entre os partidos que actualmente têm representação parlamentar –, o Livre queixou-se ao regulador dos media (ERC) e à Comissão Nacional de Eleições que já nesta quarta-feira tinha entendido que o partido que elegeu Joacine Katar Moreira em Outubro de 2019 devia ser incluído nestes debates.

Para além destes 36 debates a dividir entre os seis canais, a RTP1 também voltará a repetir o modelo de 2019 com mais dois debates: um entre todos os partidos com assento parlamentar e outro com os partidos que não têm representação parlamentar.

O frente-a-frente entre António Costa e Rui Rio deverá seguir o modelo inaugurado em 2015 com o duelo entre Passos e Costa, em que os dois líderes dos principais partidos foram moderados pelos pivots dos três canais e o debate foi emitido em simultâneo pelos três operadores de sinal aberto. O debate de Setembro de 2019 entre Costa e Rio foi acompanhado por um total de 2,75 milhões de espectadores – mas ainda assim despertou menos interesse do que o de Passos vs. Costa em 2015 que foi seguido por 3,3 milhões de pessoas.

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