O Douro e o Património Mundial vinte anos depois: valeu a pena?

A interrogação não é meramente retórica: traduz a perceção local de que, face às expetativas e às possibilidades geradas, o balanço é manifestamente exíguo.

A 14 de dezembro de 2001, em Helsínquia, o Comité do Património da UNESCO aprovou, por unanimidade e a título de “paisagem cultural evolutiva e viva”, a inscrição do Alto Douro Vinhateiro (ADV) na sua lista de bens Património Mundial. A candidatura exaltava o “caráter único, excecional e singular” da paisagem duriense, a “obra combinada do homem e da natureza, um processo multissecular de adaptação de técnicas e saberes”, o “exemplo de uma paisagem ilustrativa de diferentes períodos da história humana”. E assumia o compromisso de dotar o ADV das medidas necessárias “de preservação e gestão para melhor acautelar a [sua] proteção e salvaguarda”, bem como a expectativa de que a distinção da UNESCO reforçaria a “autoestima dos viticultores, através do reconhecimento do valor do seu trabalho como construtores desta excecional paisagem” e abriria “uma janela de oportunidades para a região”.

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