“As minhas flores têm quilómetros de prazer”

Começam por ser um segredo bem guardado, construído ao longo de muitos serões pelas mãos da vizinhança que se junta — às vezes até a muitos quilómetros de distância. Quando o povo quer, as Festas do Povo de Campo Maior transformam o tórrido Verão alentejano numa Primavera em flor. Já viajaram pelo mundo e até já apareceram em La Casa de Papel. Estão a um passo de poder tornar-se Património Imaterial da Humanidade.

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Fotografia cedida pela Câmara de Campo Maior

Maria do Céu Militão pega num círculo de papel branco finíssimo com uma série de cortes. Delicadamente, vai torcendo as fracções de papel, transformando cada uma numa pétala de flor. “É logo de pequenino que se começa a fazer ‘torcidos’, uma das flores mais antigas das nossas Festas do Povo”, conta a mulher de 55 anos. Ela aprendeu-as a fazer ainda na barriga na mãe, brinca. “Isto é um dos trabalhos mais morosos das festas. Há ruas inteiras com isto. A gente tem de fazer quilómetros de corda com isto. São milhares, milhares e milhares.”

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