Covid-19: Reino Unido eleva nível de alerta por causa da variante Ómicron

Governo britânico diz que a pressão sobre os serviços hospitalares é significativa e está a aumentar.

Foto
Serviços de saúde britânicos continuam altamente mobilizados para responder ao aumento de casos de covid-19 MAY JAMES/Reuters

As autoridades de saúde do Reino Unido anunciaram neste domingo que elevaram o nível de alerta da covid-19, devido a um “aumento rápido” de contágios da variante Ómicron.

O nível de alerta passou de três a quatro, o segundo mais elevado, apontando para uma transmissão maior. A pressão sobre os serviços hospitalares é significativa e está a aumentar.

“Os primeiros dados demonstram que a Ómicron está a propagar-se muito mais rápido do que a Delta e que a protecção da vacina contra os doentes com sintomas da variante Ómicron é reduzida”, justificou o Governo britânico.

Embora o grau de gravidade da Ómicron ainda não seja totalmente conhecido, as autoridades notam que “já existem” hospitalizações devido a esta variante e que é “provável” que o seu número “aumente rapidamente”.

O primeiro-ministro, Boris Johnson, vai discursar ao país ainda este domingo, sob a forma de uma declaração gravada, revelou Downing Street.

O primeiro-ministro deverá fazer um balanço dos esforços do Governo para combater a disseminação da Ómicron, depois de terem sido anunciadas medidas extraordinárias, como a extensão da terceira dose da vacina contra a covid-19 a maiores de 30 anos, a partir de segunda-feira.

O Ministério da Saúde britânico anunciou que os casos de contacto com vacinação completa com pessoas que tiveram resultado positivo à covid-19 vão passar a fazer testes antigénios diários, durante sete dias, ao passo que haverá isolamento profiláctico durante dez dias para os que não estão vacinados.

Sajid Javid apelou à população para se vacinar ou, nos casos de vacinação completa, tomar a dose de reforço.

Estas medidas juntam-se às já anunciadas pelo primeiro-ministro: o uso de máscara em espaços fechados, a apresentação de certificados digitais de vacinação à entrada de espaços de animação nocturna e o teletrabalho quando for possível. As medidas vão ser votadas no Parlamento na terça-feira.

O Reino Unido é um dos países mais afectados pela covid-19, com mais de 146 mil mortes e cerca de 50 mil novas infecções registadas todos os dias.

No sábado, cientistas da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres defenderam o reforço das restrições para conter a variante Ómicron e divulgaram os resultados de um estudo que prevê que a nova variante poderá provocar entre 25 mil e 75 mil mortes nos próximos cinco meses no Reino Unido, se não se adoptarem restrições mais severas.

O estudo aponta para uma nova onda de contágios, com mais infecções e hospitalizações do que aquelas que foram registadas em Janeiro deste ano, aquando do aparecimento da variante Delta, e sugere que a variante Ómicron pode tornar-se na variante mais dominante em Inglaterra em alguns dias.

Sugerir correcção
Ler 3 comentários